III SIMPÓSIO DE BIOLOGIA AQUÁTICA E PESCA NA AMAZÔNIA
LIVRO DE RESUMOS
Tropical Diversity, 1 (Suplemento): 2-69, 2019
ISSN: 2596-2388
DOI: 10.5281/zenodo.11115762
Tropical Diversity (2019) 1(Suplemento): 2-69.
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Variação geográfica de Bryconops melanurus (Bloch, 1794) (Characiformes: Iguanodectidae)
Isaac Sidomar Cabral da Silva Fernandes, Cárlison Silva-Oliveira, Alessandro Gasparetto Bifi & Cleber Duarte
Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), Coordenação de Biodiversidade, Manaus, AM. Email:
isaacsidomar_16@outlook.com
Bryconops melanurus foi descrita mais de 200 anos, com base em um único exemplar proveniente do
Suriname, tendo como principal caráter diagnóstico a presença de uma faixa escura na nadadeira caudal.
Representantes de B. melanurus são reportados para diversas drenagens na América do Sul, no entanto, até
então sem uma clareza da taxonomia da espécie. Dessa forma, o presente estudo teve como objetivo avaliar
se B. melanurus é uma espécie amplamente distribuída ou se o nome está sendo equivocadamente
empregado na identificação de espécies não descritas ou consideradas sinônimas. Para tanto, foram utilizados
24 caracteres morfométricos e 18 merísticos, em 190 lotes provenientes de diversas drenagens do Brasil e
exterior. Medidas foram analisadas em uma Análise de Componentes Principais (PCA). Adicionalmente
foram feitas contagens das vértebras, com técnicas de diafanização e radiografia além da análise do padrão
de coloração. Bryconops melanurus apresenta diferenças no colorido em vida. Também foram observadas
diferenças na espessura e formato da faixa da nadadeira caudal, variando entre uma faixa estreita a larga.
Porém, indivíduos das populações analisadas não apresentaram diferenças morfológicas ou merísticas que
sustentem uma interpretação de que as populações aparentemente distintas poderiam se tratar de espécies
diferentes, portanto, tratam-se de variações geográficas populacionais. Dessa forma B. melanurus é
confirmada como uma espécie amplamente distribuída, ocorrendo nas bacias dos rios São Francisco,
Paraguai, Tocantins-Araguaia, na bacia Amazônica incluindo seus principais tributários, no Brasil, Bolívia,
Peru, Colômbia, além de drenagens costeiras desde o Suriname até o Maranhão, no Brasil.
Palavras-chave: Ictiologia, Biodiversidade, Taxonomia, Neotropical.
Apoio: CNPq, FAPEAM.
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Variações alométricas e no fator de condição de três espécies do gênero Cichla (Cichliformes:
Cichlidae) da bacia do rio Negro (Amazonas-Brasil)
Marcos de Almeida Mereles1; Raniere Garcez Costa Sousa2; Chiara Lubich Cardoso Furtado3 & Carlos Edwar de
Carvalho Freitas4
1Universidade Federal do Amazonas (UFAM), PPG-CIPET, Manaus, AM. Email: marcos.mdam@hotmail.com (autor
correspondente)
2Universidade Federal de Rondônia (UNIR), Departamento de Ciências Pesqueiras, Presidente Médici, RO. Email:
ranieregarcez@gmail.com
3Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), PPG-BADPI, Manaus, AM. Email: lubichchiara@gmail.com
4Universidade Federal do Amazonas (UFAM), Departamento de Ciências Pesqueiras, Manaus, AM. Email: freitasc50@gmail.com
O presente estudo teve como objetivo avaliar a relação peso-comprimento e o fator de condição de três
espécies de tucunaré (Cichla spp.) importantes para as pescarias na região do médio rio Negro. Para tal,
pescarias experimentais foram realizadas em rios da bacia rio Negro, no período de águas baixas (novembro
de 2018 e abril de 2019). De cada espécime foram tomadas as medidas de comprimento padrão (cm) e peso
total (g), estes empregados nos cálculos da relação peso-comprimento e fator de condição (K). A hipótese de
isometria de crescimento (b=3) foi avaliada através do teste t de Student. Também foi aplicado o teste de
Kruskal-Wallis para verificar a existência de diferenças entre os valores de K. Foram coletados 59 indivíduos
de C. temensis, 54 C. monoculus e 34 C. orinocensis. Os coeficientes de determinação mostraram alta
correlação para as três espécies, onde o C. temensis e C. orinocensis apresentaram crescimento alométrico
positivo (b>3), por outro lado o C. monoculus exibiu um padrão isométrico (b=3). O fator de condição se
diferenciou para as três espécies (p<0,05), onde o C. temensis apresentou o menor valor, seguido do C.
orinocensis e o C. monoculos. Os resultados revelaram que mesmo sendo espécies congêneres e com hábitos
ecológicos semelhantes, estas exibiram padrões de crescimento diferentes, evidenciados pelo coeficiente
alométrico (b). Refletindo também no fator de condição, que pode ser influenciado por fatores bióticos e
abióticos. Estas informações são basais e podem auxiliar no entendimento dessas espécies e, por
consequência, na gestão da pesca na região.
Palavras-chave: Padrão de crescimento; Parâmetros populacionais; Recursos pesqueiros; Tucunaré.
Apoio: UFAM; CAPES; GP-PAEPAI.
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Estudo preliminar sobre o conhecimento etnoictiológico a respeito da pesca artesanal do
aruanã (Osteoglossum bicirrhosum) no município de Tabatinga, Amazonas, Brasil
Maiber Silva Pedroza1 & Iatiçara Oliveira da SilvaI2
1Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas (IFAM), Curso Técnico em Recursos Pesqueiro Tabatinga, AM.
Email: maiber_silva@hotmail.com
2Universidade do Estado do Amazonas (UEA), Docente do Curso de Ciências Biológicas do Centro de Estudos Superiores de
Tabatinga, AM. Email: iaticara@gmail.com
A pesca artesanal no município de Tabatinga/AM, é uma atividade muito recorrente por sua vasta área
aquática no Alto Rio Solimões. Esta atividade constitui a principal fonte proteica, subsistência e renda
familiar para a população local. Diante do exposto, este trabalho teve como objetivo principal conhecer um
pouco sobre os saberes tradicionais a respeito da espécie Osteoglossum bicirrhosum, conhecido
popularmente como aruanã, sulamba ou macaco d’agua. Ela é uma espécie que na fase de alevino/piaba é
muito apreciada no mercado de aquariofilia, alcançando um elevado valor como peixe ornamental. Mas, os
adultos têm uma grande importância como alimento, sendo vendidos na forma de filé, e como pescado
resfriado e salmorado, no porto do município e no mercado municipal da feira dos peixes, que se caracteriza
pela diversidade das espécies oriundas da pesca amazônica. Este foi um trabalho de cunho qualitativo,
envolvendo o método definido como pesquisa etnográfica, seguindo os critérios da observação por
distanciamento e entrevista, para fazer a coleta dos dados e assim feita a revisão da bibliográfica sobre o
tema. Considerando que a etnoictiologia estabelece as relações entre o homem e os peixes, os pescadores da
região exibem um conhecimento detalhado sobre a anatomia e o comportamento dos peixes, o qual é
aplicado tanto nas estratégias da pesca, como na utilização das ferramentas utilizadas pelos pescadores da
região. A bibliografia condiz com as observações, fazendo um paralelo entre o conhecimento etnográfico e os
estudos científicos desenvolvidos sobre esta espécie, englobando tanto aspectos ecológicos quanto
comportamentais desta espécie.
Palavras-chave: Sulamba, Etnoconhecimento, Ictiofauna, Pesca Tradicional.
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Estruturação artificial da comunidade ficoperifítica no Lago Tupé, Manaus-AM, Brasil
Eduardo Shiniti Hase; Halley Kelson da Costa Soares; Edinaldo Nelson dos Santos Silva & Bruno Machado Leão
Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), Laboratório de Plâncton, Manaus, AM. Email: haseeduardo@gmail.com;
halleysoares85@gmail.com; projetobiotupe@gmail.com; bmlion@gmail.com
O perifíton é um conjunto de microrganismos (algas, bactérias, fungos e animais) que vivem aderidos a
substratos. No perifíton, as algas apresentam relevante importância nos sistemas aquáticos, além de atuarem
como um dos principais produtores na cadeia alimentar, estão diretamente envolvidas na ciclagem de
nutrientes, sendo também usados como bioindicadores. O objetivo do estudo foi avaliar a influência de
fatores abióticos na estruturação da comunidade ficoperifítica durante a enchente no lago Tupé-AM. Para
isso foram realizadas observações utilizando um substrato artificial adaptado durante o período de enchente.
Quatro aparatos com substratos artificiais (12 lâminas de vidro para microscopia) foram colocados em quatro
pontos do lago Tupé durante 30 dias. Duas dessas lâminas foram retiradas aleatoriamente a cada 10 dias. No
total 111 morfoespécies colonizaram o substrato artificial durante o período de águas altas, distribuídas em
nove classes taxonômicas. Bacillaryophyceae teve o maior porcentagem de táxons com 41%, seguido por
Clorophyceae que teve 23%. Em Bacillariophyceae, os gêneros Actinella (12) e Eunotia (10) foram as mais
representativas, enquanto em Clorophyceae, Scenedesmus (6) foi o mais representativo. A densidade
ficoperifítica variou de 48 x 10³ a 170 x 10³ Ind.ml¯¹ durante o período de colonização, o padrão estrutural
da densidade ficoperifítica foi distinto entre o braço primário e o braço secundário. A variação da cota do rio
Negro foi a principal variável influenciadora responsável pela estruturação espaço-temporal da colonização
ficoperifítica. A conexão do rio com o lago promove mudanças limnológicas significativas no lago
influenciando as dinâmicas e estruturas das comunidades.
Palavras-chave: ficoperifíton, bioindicador, ciclos biogeoquímicos, Amazônia
Apoio: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA) e Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível
Superior (CAPES).
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Efeito da sazonalidade sobre a amplitude de nicho trófico de espécies que habitam herbáceas
aquáticas
Isabelly Guimarães Silva1; Cristhiana Paula Röpke2; Thatyla Luana Farago2 & Cláudia Pereira de Deus2
1Universidade Federal do Amazonas (UFAM), Instituto de Ciências Biológicas (ICB), Manaus, AM. Email:
silva.isabellyg@gmail.com
2Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), Coordenação de Biodiversidade, Manaus, AM. Email:
krikaropke@gmail.com, farago.thatyla@gmail.com, claudiapereiradedeus@gmail.com
Os sistemas fluviais da Amazônia sofrem inundações periódicas que alteram seus habitats. Essas mudanças
alteram a disponibilidade de alimentos, afetando diretamente a amplitude de nichos tróficos das espécies, e o
habitat de herbáceas aquáticas, abundante durante a cheia e escassa na seca. Assim, o objetivo deste trabalho
foi verificar se a amplitude de nicho trófico das espécies que habitam herbáceas aquáticas muda entre os
períodos do ciclo. As amostras foram obtidas mensalmente no lago do Catalão entre novembro de 2013 a
novembro de 2014. A análise do conteúdo estomacal foi realizada em quatro espécies, sendo estas
Cichlasoma amazonorum, Heros notatus, Hoplias malabaricus e Pyrrhulina brevis, onde os dados foram
utilizados para estimar o Índice de Importância Alimentar (IAi) e a amplitude do nicho trófico, sendo essa
por meio de uma análise de homogeneidade de variâncias multivariada (PERMADISP). No total 387
estômagos foram inspecionados, na qual cerca de 104 itens alimentares foram identificados, sendo agrupados
dentro de 10 principais grupos. Cichlasoma amazonarum e H. malabaricus foram categorizados como sendo
carnívoros e H. notatus e P. brevis como insetívoros. Dessas quatro espécies três apresentaram mudanças na
amplitude da dieta, exceto H. malabaricus cuja dieta não contraiu nem expandiu significativamente, H.
notatus e P. brevis estreitaram sua amplitude da dieta durante o período da vazante enquanto que C.
amazonarum expandiu nesse mesmo período. Os resultados demostraram que a expansão e contração do
nicho trófico é variável entre as espécies, desse modo, é possível deduzir que diferenças interespecíficas
no comportamento de forrageamento.
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Composição, abundância e reprodução de calanóides (Hexanauplia: Copepoda) em um lago
de várzea da Amazônia, Brasil
Luis José de Oliveira Geraldes Primeiro; Edinaldo Nelson dos Santos Silva & Elsa R. Hardy
Laboratório de Plâncton, Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), Coordenação de Biodiversidade, Manaus, AM. Email:
geraldesprimeiro@gmail.com
Os copépodes constituem o grupo mais representativo dos zooplânctons da Amazônia. São organismos
envolvidos diretamente nos mecanismos de transferência de energia, transporte de nutrientes e regulação da
biomassa de algas e estoques de peixes planctófagos. Conhecer sua biologia tem sido importante para
entender o papel e o seu posicionamento na estrutura dos ecossistemas aquáticos tropicais. Portanto,
propusemos analisar a composição, abundância e reprodução desses organismos em um lago de várzea da
Amazônia. O ambiente estudado foi o lago Calado e esinserido na bacia do rio Amazonas, onde coletas
mensais foram realizadas de setembro de 1983 a dezembro de 1984. Dados qualitativos e quantitativos foram
amostrados em três microhabitat do lago, através de arrastos verticais com rede de zooplâncton (56 um) e
fixados com formalina 6%. Seis táxons compuseram as espécies de calanóides do ambiente, com
Rhacodiaptomus calatus representando 39,9% dos calanoides e predominante (34.198 ind/m³) em todo
período. Todas as espécies apresentaram abundância e reprodução mais elevadas durante as águas baixas
(setembro-dezembro). Especialmente fêmeas ovígeras e náuplios (larvas) estiveram entre as maiores
densidades nesse mesmo período, indicando maior fecundidade na seca. Não houve sucessão definida na
composição e abundância das espécies observadas, cujas maiores densidades foram observadas no
microhabitat mais distante da desembocadura do lago. A baixa variabilidade dos parâmetros analisados
aparentemente representou uma adaptação e importância dos copépodes para a dinâmica limnológica desse
ecossistema, reconhecido como um ambiente típico de processos biológicos que convertem nutrientes
inorgânicos em matéria orgânica.
Palavras-chave: Diaptomídeos, copépodes, água branca, lago Calado, zooplâncton.
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Características reprodutivas de espécies de Loricariidae do Lago Catalão (AM), Brasil
Thais de Abreu Gonçalves1, Sidineia Aparecida Amadio2, Cristhiana Paula Röpke2, Daniel San Abreu do Carmo1 &
Maria Clara Abreu Mota de Oliveira Ramos Ferro1
1Universidade Federal do Amazonas (UFAM). Email: thaisalves1975@gmail.com, ferroclara29@gmail.com,
san.abreu20@gmail.com
2Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA). Email: sidamadioinpa@gmail.com, krikaropke@gmail.com
A fauna de peixes amazônica é extremamente diversa, tanto em termos taxonômicos quanto em
características ecológicas e biológicas. Entre os aspectos ecológicos/biológicos aqueles relacionados à
reprodução estão entre os menos conhecidos, mesmo para a fauna da várzea, que está entre a mais estudada
entre os tipos de ambientes, o conhecimento das características reprodutivas é muito desigual entre grupos.
Comparativamente, espécies da Siluriformes estão entre as menos conhecidas, sendo particularmente escassa
para os Loricariidae, apesar da diversidade de espécies. Neste estudo fazemos a descrição de características
reprodutivas de quatro espécies de Loricariidae presentes no lago Catalão, utilizando fêmeas maduras
capturadas ao longo de 19 anos de amostragem. Para cinco espécies fêmeas maduras ou desovando foram
encontradas em todos os quatro períodos hidrológicos do ciclo de inundação e foi possível estimar
fecundidade e diâmetro dos ovócitos. Dentre as espécies analisadas, Pterigoplichthys pardalis e
Loricaricthys maculatus são as que possuem ovócitos com maior diâmetro (média 3 mm, máximo 3,67 mm e
médio 2,7 mm, máximo 3 mm, respectivamente); Hypoptopoma incognitum é a espécie com ovócito de
menor diâmetro (média 1,21 mm, máximo 1,58 mm); Hypoptopoma incognitum é a espécie com maior
fecundidade relativa ao peso das fêmeas (58,3 ovócitos/g) e Pterigoplichthys pardalis a com menor
fecundidade relativa (6,3 ovócitos/g). Para todas as espécies o investimento em reprodução pode ser
considerado elevado; no entanto, uma diversidade considerável de estratégias pode ser observada entre as
espécies estudadas.
Palavras-chave: características reprodutivas, diâmetro dos ovócitos, fecundidade, investimento em reprodução,
períodos hidrológicos.
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A atividade de pesca no complexo lacustre Catalão frente ao regime fluvial amazônico
Luana Simas Montenegro, Monique Taiane dos Santos Brasil, Lívia Maia Mendonça & Maria Fabiele Silva Oliveira
Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), Programa de Pós-Graduação em Biologia de Água Doce e Pesca Interior (PPG-
BADPI), Manaus. Email: luana.s.montenegro@gmail.com,moniquetsbrasil@gmail.com, livia3mm@gmail.com,
fabielesilva78@gmail.com.
Os moradores da várzea possuem diferentes estratégias para o uso múltiplo de recursos do ambiente frente
mudança radical na paisagem da região. O presente estudo teve como objetivo identificar como os moradores
do complexo Catalão (situado próximo à confluência do rio Solimões com o rio Negro) adaptam diferentes
estratégias de uso dos recursos pesqueiros em ambas as épocas do ano (cheia e seca). A coleta de dados foi
realizada por meio de 29 entrevistas com roteiro semiestruturado, aplicado junto aos pescadores residentes
no Catalão. Dentre as atividades produtivas desenvolvidas pelos pescadores, a agricultura e a pesca são
realizadas simultaneamente ao longo do ano. A pesca realizada pelos moradores é classificada de acordo com
a dependência do recurso para a subsistência e para a comercialização, claramente distinguem-se dois
grupos: pescadores com prioridades comerciais (n = 9) e pescadores com fins de subsistência (n=20). As
diferentes finalidades da atividade pesqueira influenciam tanto na escolha dos locais de pesca quanto na
composição das espécies capturadas. Pescadores com fins comerciais utilizam as calhas do rio Negro e
Solimões como principais locais de pesca, na cheia e na seca, visando à pescaria monoespecífica. Os
pescadores que tem por objetivo a pesca de subsistência realizam suas pescarias nos corpos hídricos contidos
no complexo lacustre Catalão. Dessa maneira, as estratégias de uso de recursos pesqueiros adotadas pelos
pescadores da comunidade, tais como a escolha do local de pesca e apetrechos utilizados, estão mais
relacionadas à finalidade e espécie-alvo do que com a variação do regime fluvial.
Palavras-chave: Estratégias de pesca, Pesca, Planície inundável.
Apoio: CNPq, CAPES, FAPEAM.
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A temperatura da água modula o comportamento agressivo em acará bandeira, Pterophyllum
scalare (Schultze, 1823) (Cichliformes: Cichlidae)
Maiko Willas Soares Ribeiro1; Bianca Soares Ribeiro2; Adriano Teixeira de Oliveira3 & Thaís Billalba Carvalho4
1Programa de Pós-Graduação em Aquicultura PPG-AQUI da Universidade Nilton Lins/ Instituto Nacional de Pesquisas da
Amazônia - INPA. Parque das Laranjeiras, Av. Prof. Nilton Lins, 3259 Flores, Manaus AM, 69058-030, Manaus, AM, Brasil.
2Núcleo de Ensino Superior de Presidente Figueiredo Universidade do Estado do Amazonas UEA. Avenida Onça Pintada, S/N,
Presidente Figueiredo, AM, Brasil.
3Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas (IFAM), Campus Manaus Centro (CMC). Avenida Sete de
Setembro, 1975, Centro, Manaus, AM. CEP 69020-120
4Instituto de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Amazonas, Av. Rodrigo Otávio Jordão Ramos 3000, Manaus, AM, Brasil.
Mudanças ambientais podem causar alterações fisiológicas e comportamentais em peixes, podendo afetar o
comportamento agressivo e a atividade de natação. Avaliamos o efeito da temperatura da água no
comportamento agonístico de machos de acará bandeira, Pterophyllum scalare. Submetemos duplas de
machos a três condições de temperatura: baixa (23,78 +0,82 ºC), média (27,85 +1,18 ºC) e alta (31,67 +0,99
ºC), com 8 repetições cada. Avaliamos a latência e a frequência das interações agressivas e defesa territorial,
sendo que na baixa e na alta temperatura houve uma redução na exibição do comportamento agressivo em
relação à média. Concluímos que a temperatura da água pode influenciar na motivação agressiva e no
estabelecimento do território. Assim, temperaturas baixas e altas podem reduzir o sucesso de acasalamento,
sendo que a temperatura próxima ao valor ótimo para a espécie (média: 27,85 ± 1,18 ºC) pode favorecer a
estabilidade hierárquica e, consequentemente, a seleção do parceiro reprodutivo para P. scalare.
Palavras-chave: Mudanças ambientais, agressividade, estabilidade hierárquica, ciclídeo.
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Alimentação de Auchenipterichthys punctatus (Valenciennes 1840) (Siluriformes:
Auchenipteridae), em lagos do rio Cuiuni, Amazonas, Brasil
Eletuza Uchoa Farias1; Sara de Castro Loebens2; Kedma Cristine Yamamoto3; Jamerson dos Santos Aguiar1; Carlos
Edwar de Carvalho Freitras3 & Hélio Daniel Beltrão dos Anjos1
1Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), Manaus, AM. Email: eletuzauchoa@gmail.com
2Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Departamento de Oceanografia, Recife, PE
3Universidade Federal do Amazonas (UFAM), Departamento de Ciências Pesqueiras, Manaus, AM
O Auchenipterichthys punctatus é uma espécie de peixe muito abundante durante o período de águas baixas
no rio Cuiuni. O presente estudo teve por objetivo investigar a alimentação de A. punctatus, em lagos do
médio rio Negro, onde essa espécie é abundante, a fim de contribuir com informações sobre sua ecologia,
considerando o pouco conhecimento da família em lagos de água preta na Amazônia. O conteúdo estomacal,
o grau de repleção, índice alimentar (IAi), itens preferenciais e amplitude de nicho trófico (BA) de 130
indivíduos foi analisado. Os resultados demonstram que 26,9% dos indivíduos apresentam estômagos com
grau de enchimento baixo, 23,0% moderado, 13,0% semicheio e 10,7% completamente cheio. Foi possível
identificar três categorias: itens de origem animal, vegetal e material não identificado. Os itens de maior
consumo e diversidade estão dentro da categoria animal, representados por diferentes ordens de insetos de
origem autóctone e alóctones. A composição alimentar de A. punctatus durante o período da seca nos lagos
do rio Cuiuni evidencia o hábito carnívoro com tendência a insetivoria. Os valores de amplitude de nicho
trófico foram considerados baixos em todos os lagos. A atividade alimentar evidenciou que durante o período
da seca houve restrição devido o alto consumo de um único item. Ressaltamos a necessidade de mais estudos
sobre a espécie A. punctatus, e sobre outros auchenipterídeos, que envolvam a ecologia trófica durante todas
as fases do pulso de inundação em lagos de água preta na Amazônia para completar as lacunas existentes
sobre sua ecologia.
Palavras-chave: Dieta, Nicho trófico, Rio Negro.
Apoio: CNPq.
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Variação temporal de curta escala em macroinvertebrados aquáticos em substrato artificial
Gabriel Costa Borba; Carine Cola; Elmo Pereira; Marina Gaona & Sara Coelho
Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), Programa de Pós-Graduação em Ecologia, Manaus, AM. E-mail:
gabrielcostaborba@gmail.com
O processo de colonização resulta em transformações dependentes do nível trófico e da natureza do habitat
dos organismos envolvidos, através da variação nos atributos estruturais e funcionais da assembleia ao longo
do tempo. Neste contexto, este estudo visou analisar a variação na composição de macroinvertebrados
aquáticos em ilhas artificiais flutuantes em um período de cinco dias. O estudo foi desenvolvido no Lago
Catalão, área de várzea na confluência dos rios Negro e Solimões, no início do período da vazante. Foram
utilizadas 25 ilhas artificiais que simulavam bancos de herbáceas aquáticas, sendo estes divididos em cinco
tratamentos (24, 48, 72, 96 e 120 horas de exposição). Os macroinvertebrados foram coletados com redes de
malha fina, identificados taxonomicamente e classificados quanto aos hábitos alimentares. Foram coletados
10.301 exemplares, distribuídos em 30 famílias. Corixidae foi a família mais representativa, com mais de
60% de todos os exemplares. A composição dos macroinvertebrados mudou entre o primeiro e quinto dia do
estudo, ocorrendo um aumento no número de famílias compostas predominantemente por predadores ao
longo do tempo. Não houve diferenças significativas para os valores de riqueza e abundância das famílias
entre os dias de amostragem. Esse resultado indica que a colonização por macroinvertebrados em substratos
artificiais acontece de forma rápida e que uma tendência de substituição das famílias já nos primeiros
dias. Isso sugere um processo de sucessão ecológica, onde diferentes grupos tróficos estão ocorrendo no
ambiente e alternando entre guildas de colonizadores e competidores, principais componentes da cadeia
trófica local.
Palavras-chave: Insetos aquáticos, colonização, sucessão, ambiente efêmero.
Apoio: CAPES, Cnpq.
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Revisão taxonômica do gênero Hypophthalmus (Siluriformes: Pimelodidae) depositados na
Coleção de Peixes do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA)
Micael Cavalli de Alencar e Silva1 & Marcelo Salles Rocha2
1Universidade do Estado do Amazonas (UEA), Manaus, AM. E-mail: mcdas.bio18@uea.edu.br
2Instituto Nacional de Pesquisas do Amazonas (INPA), Manaus, AM. E-mail: marcelo.inpa@gmail.com
Recentes trabalhos indicam uma variação morfológica entre os bagres conhecidos como mapará, atualmente
pertencentes ao gênero Hypophthalmus que possui quatro espécies válidas: H. edentatus, H. fimbriatus, H.
marginatus e H. oremaculatus. Possíveis espécies não descritas, sérios problemas taxonômicos e sua
importância comercial, tornaram necessário este estudo, onde foi possível diagnosticar e delimitar
sistematicamente as espécies de Hypophthalmus do acervo da Coleção de Peixes do INPA. A identificação
dos exemplares foi feita com o auxílio de literatura especializada e com o uso de chaves de identificação
elaboradas por especialistas, através de análises morfológicas e osteológicas. Para a tomada de decisões
taxonômicas foram realizadas análises morfométricas e merísticas, sempre que possível, obtidos do lado
esquerdo do peixe. Também foi possível a contagem de vértebras e espinhos neurais livres, obtidas através de
imagens de raio-x. Com este estudo, foi possível ampliar o conhecimento sistemático e taxonômico a
respeito do gênero Hypophthalmus, aumentar a diversidade dos bagres pertencentes do gênero em questão,
auxiliar na atualização e informatização do acervo da Coleção de Peixes do INPA, assim como, a
identificação de duas novas possíveis espécies, aumentando o número de espécies de ocorrência na
Amazônia.
Palavras-chave: Amazônia, Bagres, Mapará.
Apoio: Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas FAPEAM
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Relações corporais do aracu Schizodon fasciatus Spix & Agassiz, 1829 (Characiformes:
Anostomidae)
Maria Fernanda da Silvia Gomes1; Adriano Teixeira de Oliveira1; Neiana Pereira Anselmo2; Ariany Rabello da Silva
Liebl2; Antônia Jaqueline Vitor de Paiva1; Flávia Dayane Felix Farias2; Marcio Quara de Carvalho Santos2 & Paulo
Henrique Rocha Aride1
1Instituto Federal de Educação, ciência e tecnologia do Amazonas (IFAM), Campus Manaus Centro (CMC), Manaus, AM. E-mail:
gomesfernanda0807@gmail.com
2Universidade Federal do Amazonas (UFAM), Departamento de Ciências Pesqueiras, Manaus, AM.
A determinação do valor das relações corporais é importante para compreensão dos distúrbios que ocorrem
durante os processos patológicos em espécies comercializadas em feiras como o aracu. Com o objetivo de
determinar as relações hepatosomática (RHS) e esplenosomática (RES), bem como o fator de condição
relativo no aracu Schizodon fasciatus comercializado em Juruá, Amazonas (AM). Foram coletados 20 peixes
em ambiente natural no rio Juruá, AM, as medidas biométricas foram determinadas com auxílio de fita
métrica e balança. Foi feito um corte ventro longitudinal a partir do ânus até a cavidade cardíaca, após a
eutanásia, para exposição e retirada dos órgãos. O fígado e o baço foram identificados e pesados para cálculo
posterior da RHS e RES. Ampla variação intraespecífica foi observada nos pesos do fígado, baço e na RHS,
esses valores foram similares aos encontrados em Bryconbrycon amazonicus e superiores aos encontrados
em Colossoma macropomum. Os valores da RES demonstram que o baço tem representatividade maior no
peso corpóreo. Não foram observadas relações significativas entre o peso do fígado, indicando que não
um aumento do fígado conforme o crescimento do animal. Observou-se relação positiva entre o fígado e o
peso corpóreo (p= 0,044) indicando aumento do fígado com o aumento do peso corpóreo e entre o baço e o
peso corpóreo (p= 0,000). Desse modo, é possível determinar o peso de órgãos vitais a partir de medidas
simples, o que proporciona acompanhar as condições de saúde de populações de aracu sem que haja a
mortalidade de nenhuma espécie.
Palavras-chave: Feiras, Mortalidade, Órgãos.
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Ocorrência de micronúcleos e anormalidades nucleares eritrocíticas em Podocnemis unifilis
Ândrocles Oliveira Borges1; José Erickson Alves Silva2; Lídia Aguiar da Silva3; Cleiton Fantin Rezende1 & Fabíola
Xochilt Valdez Domingos Moreira3
1Programa Multicêntrico de Pós-Graduação em Bioquímica e Biologia Molecular Universidade do Estado do Amazonas, Manaus,
AM, Brasil.
2Universidade Federal do Espírito Santo, Vitória, ES, Brasil.
3Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - INPA, Manaus, AM, Brasil.
A Reserva de Desenvolvimento Piagaçu-Purus (RDS-PP) foi criada para garantir ações de uso dos recursos
sustentáveis e manejo dos animais no Rio Purus. Devido à preocupação com os quelônios da região, estudos
com o intuito de conservar esses organismos vêm ocorrendo e precisam ser ampliados. Quelônios são
considerados excelentes bioindicadores, pois apresentam características biológicas profícuas, como alta
longevidade, ocupação de diferentes níveis tróficos e tipos de habitat. Nesse contexto, o presente estudo visa
averiguar a ocorrência de micronúcleos e anormalidades eritrocíticas nucleares (ANES) em Podocnemis
unifilis em três localizações da RDS-PP (lago Itapuru-Mirim, Paraná do Itapuru e lago Martinho). Amostras
de sangue de 34 indivíduos foram coletadas para a realização de esfregaços sanguíneos. Foram averiguadas
frequências de micronúcleos e, para ANES, núcleos do tipo lobado, segmentado, vacuolado, protuberante e
riniforme. Em P. unifilis foram observadas frequências de micronúcleos menores do que já descrito na
literatura para esta espécie (3,08 %0; 3,53 %0; 1,63 %0, p=0,001), enquanto que a ocorrência de ANES foi
similar a neonatos de P. expansa contaminados por ciclofosfamida (6,15 %0; 7,06 %0 e 9,04 %0, p>0,05) e
menores do que Chelonia mydas coletadas em campo. A frequência de núcleos lobados foi maior em fêmeas,
enquanto para núcleos vacuolados foi maior em machos (p=0,04). Não houve correlação significativa entre
tamanho, sexo e os biomarcadores de genotoxicidade (p>0,05). O perfil de resposta observada em P. unifilis
é indicativo de indivíduos saudáveis na RDS-PP, demonstrando a importância das Unidades de Conservação
na manutenção da saúde dos organismos que nela habitam.
Palavras-chave: Amazônia, ecotoxicologia, quelônios, tracajá, unidades de conservação, ambientes aquáticos.
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Efeitos de secas longas e fortes sobre o espectro de tamanho da comunidade de peixes de um
lago de várzea
Nagila Alexandre Zuchi1; Cristhiana Paula Röpke2 & Sidinéia Aparecida Amadio3
¹,²Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), Laboratório de Dinâmica Populacional de Peixes (LDPP). Email:
nagilazuchi@gmail.com
³Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), Coordenação de Biodiversidade, Manaus, AM.
Entender como as comunidades estão organizadas em relação ao tamanho dos organismos (espectro de
tamanho SS) e como podem ser alteradas por impactos humanos é um desafio contemporâneo para a
ecologia, especialmente com a crescente perda da biodiversidade e mudanças climáticas. Análise de
correlação de tamanho do corpo (comprimento padrão CP) e biomassa dos organismos tem um interesse
especial, pois os valores de inclinação das restas podem expressar a sensibilidade desse atributo à
perturbações antropogênicas, servindo como um indicador potencial de alterações induzidas no fluxo de
energia do ecossistema. Avaliamos a organização da comunidade de peixes em relação ao SS e se ele altera
em função dos eventos de seca, considerando uma série temporal de 19 anos de um lago de várzea localizado
na confluência dos rios Negro e Solimões. Para cada ano foram feitas regressões lineares simples de
biomassa por CP e abundância por classe de tamanho, os valores de “b” obtidos foram correlacionados com
os valores de cota mínima do rio de cada ano. Tanto para biomassa quanto para abundância, os valores foram
negativamente correlacionados. O menor valor de “b” foi no ano hidrológico 2015/2016, caracterizado por
uma seca longa (143 dias) e forte (15,92 m). Já o maior valor foi no ano de 2008/2009, caracterizado por
uma seca típica (66 dias) e típica (18,43 m). Nossos resultados fornecem suporte ao uso das análises de
tamanho e abundância como ferramentas capazes de entender os efeitos de eventos climáticos sobre a
assembleia de peixes amazônicos em ambiente não explorado pela pesca comercial.
Palavras-chave: Espectro de tamanho, eventos climáticos, lago de várzea
Apoio: Capes FAPEAM e Projeto Catalão.
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Diversidade subestimada: revisão taxonômica de Bryconops Kner (Characiformes:
Iguanodectidae) da bacia amazônica com a descrição de 15 espécies novas
Cárlison Silva de Oliveira1, Rafaela Priscila Ota1 & Lúcia H. Rapp Py-Daniel2
1Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), Programa de Pós-graduação em Biologia de Água Doce e Pesca Interior,
Manaus, AM. Email: carlison3@gmail.com.
2Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), Coordenação de Biodiversidade, Manaus, AM.
Bryconops esamplamente distribuído na maioria das drenagens cis-andinas da América do Sul. Na bacia
amazônica, representantes do gênero são facilmente encontrados em igarapés, lagos e rios, mas comumente
com suas identidades incertas. Dessa forma, o presente estudo teve como objetivo revisar taxonomicamente
as espécies do gênero na bacia amazônica. Para tanto, exemplares de mais de 1.000 lotes foram analisados
por meio de 19 caracteres merísticos, 25 morfométricos e padrão de coloração. No total foram reconhecidas
18 espécies válidas e 15 espécies novas ocorrendo na bacia. O maior número de espécies novas ocorre em
rios que drenam as regiões de escudos (i.e. Escudo Brasileiro e Escudo das Guianas), sendo o maior número
de espécies novas encontradas nos rios Xingu e Tapajós com 4 e 3 espécies, respectivamente.
Adicionalmente as 18 espécies consideradas válidas foram redescritas e/ou tiveram informações geográficas
ou taxonômicas adicionadas, incluindo coloração em vida e diagnoses consistentes. Bryconops é exemplo de
como a ictiofauna amazônica ainda é subestimada, com aproximadamente o mesmo número de espécies já
descritas sendo descobertas, ressaltando a importância e necessidade de realizações de revisões taxonômicas.
Palavras-chave: Taxonomia, Neotropical, Creatochanes.
Apoio: Capes, Fapeam.
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Diferenças morfológicas de Myloplus schomburgkii (Jardine, 1841) (Characiformes:
Serrasalmidae) na bacia do rio Xingu
Victória Dandara Pereira e Silva1; Rafaela Priscila Ota2 & Valéria Nogueira Machado3
1Universidade do Estado do Amazonas (UEA), Escola Normal Superior, Manaus, AM. vdps.097@gmail.com
2Instituto Nacional de pesquisa da Amazônia (INPA), Programa de Pós-Graduação em Biologia de Água Doce e Pesca Interior,
Manaus, AM. Email: rafaelapota@gmail.com
3Universidade Federal do Amazonas (UFAM), Laboratório de Evolução e Genética Animal, Departamento de Genética, Manaus,
AM. Email: valeria.pesca@gmail.com
Myloplus schomburgkii é um pacu de médio a grande porte que possui como principal diagnose a presença
de uma faixa transversal escura no meio do flanco, que se estende desde a região dorsal até a ventral. A
espécie está amplamente distribuída pela bacia do rio Orinoco e principais tributários do médio e baixo rio
Amazonas, no Brasil, Colômbia, Peru e Venezuela. Na mais recente filogenia molecular (DNA Barcoding) de
Serrasalmidae uma população de Myloplus schomburgki, proveniente do rio Xingu, apresentou uma distância
genética de 13% das demais populações, onde a mesma aparece mais relacionada a Ossubtus xinguense.
Dessa forma o principal objetivo deste trabalho foi realizar a caracterização morfológica da espécie, a fim de
verificar se de fato Myloplus schomburgkii representa uma única entidade taxonômica. Para isso, foi
realizada a análise morfométrica e merística (40 medidas e 24 contagens) de 117 exemplares de 9 drenagens
diferentes. Embora a espécie apresente uma grande variação no formato do corpo e colorido, indivíduos da
bacia do rio Xingu apresentaram diferenças morfológicas e merístiscas únicas, como a presença de 17 a 19
raios ramificados na nadadeira dorsal (vs. 20 a 25), base da nadadeira adiposa mais longa correspondendo de
7,11 a 11,20% do comprimento padrão (vs. 4,85 a 7,24%), além de diferença no padrão de colorido, onde a
faixa é mais clara e se afunila conforme chega as extremidades. Dessa forma, os dados morfológicos
corroboram os dados moleculares, demonstrando que a população do rio Xingu pode realmente representar
uma nova espécie.
Palavras-chave: Taxonomia, Variação geográfica, Neotropical.
Apoio: PIBICT-UEA, Capes, iXingu Project.
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Componentes branquiais de Anableps microlepis Müller & Troschel, 1844
(Cyprinodontiformes: Anablepidae) coletados no estuário Amazônico
Karina Francis de Souza Barbosa1; Rubia Neris Machado2 & Wallice Paxiúba Duncan 3
1Universidade Federal do Amazonas (UFAM), Departamento de Parasitologia, Manaus, AM. Email: karinabaarbosa@hotmail.com
2Universidade Federal do Amazonas (UFAM), Departamento de Morfologia, Manaus, AM. Email: rubiamachado551@gmail.com
3Universidade Federal do Amazonas (UFAM), Departamento de Morfologia, Manaus, AM. Email: wlpduncan@gmai.com
As brânquias são órgãos multifuncionais, pois estão envolvidas na respiração, excreção e controle ácido-
base. Em geral, os peixes teleósteos possuem organização morfológica similar, porém algumas variações são
decorrentes do modo de vida, habito alimentar e habitat. O objetivo deste trabalho foi quantificar os
componentes branquiais: área de superfície branquial, densidade de células cloreto e células mucosas
branquiais. Para isso, cinco exemplares de Anableps microlepis foram coletados no estuário amazônico na
Ilha de Algodoal, PA. Após a eutanásia os quatro pares de arcos branquiais foram retirados e fixados em
formol, analisados morfologicamente e processados histologicamente para identificação das células cloreto
imunopositivas para a Na+/K+-ATPase (CCs-NKA) e células mucosas ricas em mucinas ácidas e neutras.
Entre os arcos branquiais o número total de filamentos variou de 4270 por hemibrânquias e o comprimento
total dos filamentos variou de 55,35159,15 mm não havendo diferença significativa entres os arcos
branquiais. Área de superfície branquial foi calculada para cada arco branquial dessa forma o IV arco
apresentou uma área menor em relação aos demais. A área de superfície branquial total foi de 235,0554 cm2.
A densidade de CCs nas lamelas variou de 0,0160,031 células/100 µm e no espaço interlamelar variou de
0,0510,122 células/100 µm não havendo diferença significativa. A densidade de células mucosas ácidas
variou de 0,0350,059 células/100 µm e as neutras variaram de 0,0370,078células/100 µm não
apresentando diferença significativa. Os resultados mostram que os componentes branquiais se distribuem de
forma homogênea nas brânquias, demonstrando que o órgão possui simetria bilateral.
Palavras-chave: Tralhoto, Morfologia branquial, Simetria bilateral.
Apoio: CNPq.
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Morfometria de larvas e juvenis de Amazonsprattus scintilla (Roberts, 1984) (Clupeiformes:
Engraulidae), no rio Xingu, Pará
Jadson Henrique Silva Oliveira1; Luigi Dieb Magalhães1; Lúcia H. Rapp Py-Daniel2 & Rosseval Galdino Leite2
¹Laboratório de Ictioplâncton Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA). Av. André Araújo, 2.936 Petrópolis CEP
69.067-375 Manaus Amazonas Brasil. E-mail: silvajadson444@gmail.com
2Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), Coordenação de Biodiversidade, Manaus, AM.
Amazonsprattus scintilla habita as regiões de cabeceiras do rio Xingu o qual vem sendo afetado pelos
impactos provenientes da Usina Hidrelétrica de Belo Monte. Com o objetivo de realizar o estudo de
morfometria de larvas e juvenis da espécie, foram analisados 383 espécimes coletados entre 2012 a 2017, nas
épocas de cheia, vazante, seca e enchente. Os espécimes foram classificados nas fases: larval estágios
larvais vitelinos, pré-flexão, flexão e pós-flexão e juvenil. Foram mensurados: comprimento padrão,
comprimento total, distância do focinho a nadadeira anal, distância do focinho a nadadeira dorsal, distância
do focinho a abertura anal, comprimento da nadadeira anal, comprimento da nadadeira dorsal, comprimento
da cabeça, diâmetro do olho e altura do corpo. Para verificar o tipo de relação entre essas variáveis foi
utilizada a análise do crescimento alométrico, que foi calculada através de uma equação potencial usando
dados não-transformados: Y=a.xb, utilizando o programa Past; quando b=1, o crescimento é isométrico; o
crescimento é positivo quando b>1, e negativo quando b<1. A maioria das variáveis relacionadas com o
comprimento da cabeça apresentaram resultado alométrico negativo (b<1). Apenas a distância do focinho a
nadadeira dorsal (b=4.53) apresentou resultado alométrico positivo (b>1). Todas as relações em função do
comprimento padrão apresentaram alometria negativa (b<1). O crescimento alométrico das larvas apresenta
padrões similares de crescimento a outros Clupeiformes, mas possuem características morfológicas e
morfométricas que podem ser úteis para a sua identificação. Essas informações podem ser utilizadas para
estudos de conservação da população natural de A. scintilla no rio Xingu.
Palavras-chave: ictiofauna, ictioplâncton, morfometria, ontogenia.
Apoio: Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas FAPEAM.
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Morfologia das gônadas durante o desenvolvimento embrionário de Podocnemis unifilis
(Testudines: Podocnemididae)
Maria Fabiele Silva Oliveira1; Lucas Castanhola Dias2; Carlos Eduardo B. Moura3; Richard C. Vog4 & Marcela dos
Santos Magalhães5
1Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), Mestranda em Biologia de Água Doce e Pesca Interior, Manaus, AM. Email:
fabielesilva78@gmail.com (autor correspondente)
2Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), Laboratório Temático de Microscopia Eletrônica e Nanotecnologia, Manaus,
AM. Email: lcdiasbio@gmail.com
3Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA), Departamento de Ciências Animais, Mossoró, RN. Email:
carlos.moura@ufersa.edu.br
4Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia, Manaus, AM. Email: dickturtlevogt@gmail.com
5Universidade Federal do Amazonas (UFAM), Departamento de Morfologia, Manaus, AM. Email: marcelasmbio@gmail.com
Os filhotes de Podocnemis unifilis (tracajá) apresentam determinação sexual dependente da temperatura de
incubação. Os testículos ou ovários são formados a partir de uma gônada indiferenciada. Pouco se sabe sobre
a morfologia desses órgãos durante o desenvolvimento embrionário nessa espécie. O presente trabalho
objetivou descrever morfologicamente o desenvolvimento gonadal durante o desenvolvimento embrionário
de tracajá. Foram coletados 100 ovos na comunidade Granja Ceres (Barreirinha Amazonas) e incubados
artificialmente no Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia, a temperatura e umidade médias de 31,8°C e
97,1% respectivamente. Diariamente foi retirado de um a dois ovos da incubadora. O embrião foi separado
das membranas extraembrionárias, eutanasiado, dissecado e as imagens foram obtidas (SISBIO no 39472-9;
CEUA/INPA no 050/2018). O período de incubação foi de 60 dias. Macroscopicamente, entre o 17° e 18°
dias de incubação foi possível observar o inicio da formação gonadal, localizada aproximadamente no terço
médio da região ventromedial do mesonefro. Ao 19° dia do desenvolvimento uma leve diferenciação entre o
mesonefro e gônada já é identificada, tornando-se claramente evidente no 23° dia de incubação. Entre o 24° e
28° dia a gônada apresenta maior espessura. Do 32° ao 55° a gônada torna-se mais espessa e aumenta o
comprimento. Entre o 56° e 60° dia de incubação a gônada está completamente diferenciada.
Macroscopicamente o ovário é alongado e delgado, e o testículo é menor que o ovário e mais largo. A
formação gonadal apresenta modificações morfológicas evidentes, e possibilita a diferenciação de testículo e
ovário macroscopicamente.
Palavras-chave: gônadas, desenvolvimento embrionário, Testudines
Apoio: CAPES, Projeto Pé-de-Pincha
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Da pesquisa à ação: esforços do Laboratório de Mamíferos Aquáticos para entender e ordenar
o turismo com botos no Amazonas
Sannie Muniz Brum1; Gisele M. Valdevino2; Marcelle C.R. do Valle2 & Vera M. Ferreira da Silva3
1Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), Programa de Pós-graduação Biologia de Água Doce e Pesca Interior (BADPI),
Manaus, AM. Email: sanniebrum@gmail.com (autor correspondente)
2Associação Amigos do Peixe-boi (AMPA), Manaus, AM. Email: gmaciel88@gmail.com; marcelecrvalle@yahoo.com
3Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), Coordenação de Biodiversidade, Manaus, AM. tucuxi@inpa.gov.br
Desde 1998, desenvolvem-se, no Rio Negro, atividades de interação com botos-vermelhos Inia geoffrensis
de vida livre que são atraídos para se aproximar de turistas na água. Atualmente, sete flutuantes praticam esta
atividade (seis no município de Iranduba, em duas áreas conhecidas como “Castanho” e “Äcajatuba”, e um
em Novo Airão). Apresentamos as ações do Laboratório de Mamíferos Aquáticos (LMA) no monitoramento
desta atividade. Em 2015, realizamos uma expedição para captura e marcação de botos-vermelhos para
reconhecimento e verificação de fidelidade à área de interação. Foram marcados 14 botos, sendo que nove
são avistados até o presente e quatro destes frequentam ambas as áreas de interação em Iranduba. Em 2016,
realizamos três reuniões com empreendedores da atividade, cujas recomendações contribuíram para a
Resolução CEMAAM 28 de 2018, regulamentando essa atividade no Amazonas; e duas expedições para
estimativa populacional desses golfinhos no baixo Rio Negro. Estimou-se 2.666 botos e que uma
mortalidade antrópica anual de 16 indivíduos não ameaçaria sua conservação. Em 2017, os flutuantes de
Iranduba foram visitados para identificação e contagem dos botos-vermelhos e sua movimentação. Foi
elaborado um catálogo com 35 animais identificados e comprovada a movimentação entre os flutuantes.
Desde 2018, um Plano Técnico para a atividade na região de Iranduba vem sendo construído, com dias de
funcionamento intercalados e monitoramento. A atividade de interação turística hoje, com manejo adequado,
não deve ser considerada uma ameaça ao boto-vermelho na região. No entanto, recomenda-se o
monitoramento dos animais em interação e sua população, e fiscalização constante da atividade.
Palavras-chave: Conservação, Monitoramento, Impacto antrópico, Espécie ameaçada
Apoio: Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza; do CEPAM/ICMBio (Programa ARPA); AMPA/Petrobras -
Projeto Mamíferos Aquáticos da Amazônia. S.M.B. recebe bolsa de estudos de Doutorado da Fundação de Amparo à
Pesquisa do Amazonas/FAPEAM; M.C.R.V recebeu bolsa de estudos de Mestrado do CNPq.
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Caracterização histológica do esôfago de recém-eclodidos de tartaruga-da-amazônia,
Podocnemis expansa (Testudines: Podocnemidae)
1Patrícia Jessica Silva Barbosa, 1Marcos Wilker Mendonça, 2Lucas Castanhola Dias & 3Marcela S. Magalhães
1Universidade Federal do Amazonas, Manaus, AM, Brasil; 2Laboratório Temático de Microscopia Ótica e Eletrônica, Instituto
Nacional de Pesquisas da Amazônia, Manaus, AM, Brasil; 3Departamentode Morfologia, Universidade Federal do Amazonas,
Manaus, AM, Brasil.
Podocnemis expansa, conhecida como tartaruga-da-amazônia, quando recém-eclodidos admitem uma dieta
onívora, que consiste em 80,9% de proteína animal e 19,1% de proteína vegetal, contudo na fase adulta
apresenta uma dieta herbívora. O estudo da histologia do trato digestório ajuda no entendimento da ecologia
e fisiologia alimentar desses animais. Dessa forma, o objetivo desse trabalho foi descrever a morfologia do
esôfago de recém-eclodidos de Podocnemis expansa. Foram utilizados três espécimes para obtenção do
esôfago (SISBIO/IBAMA 39472-4; CEUA/INPA 025/2013). Fragmentos da região cranial e caudal do
esôfago foram fixados em solução de formaldeído a 10% tamponado e posteriormente submetidos a
processamento histológico para análise por microscopia de luz. O esôfago apresentou mucosa revestida com
tecido epitelial estratificado cilíndrico ciliado mucoso, ausência de muscular da mucosa e submucosa
aglandular. A primeira porção foi caracterizada pela presença de papilas esofágicas e células caliciformes
dispostas entre as células mucosas na camada mucosa, e a segunda região apresentou mucosa pregueada e
maior quantidade de células caliciformes. A camada muscular é formada pelas camadas circular interna e
longitudinal externa, constituídas por tecido muscular liso e com presença de células caliciformes. A
presença de papilas esofágicas sugere a função de evitar a regurgitação do alimento e o muco produzido
pelas células mucosas e caliciformes de proteção da parede esofágica. No entanto, mais estudos precisam ser
realizados com um número maior de recém-eclodidos e filhotes em outras fases do desenvolvimento.
Palavras-chave: Morfologia, trato digestório, quelônio.
Apoio: CNPQ, UFAM, INPA, Eletrobras, CPPQA.
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Caracterização de locos DNA microssatélites isolados para o mapará (Hypophthalmus
oremaculatus - Nani e Fuster, 1947) (Siluriformes: Pimelodidae): um peixe de importância
comercial na amazônia brasileira
Adriano de Jesus Bentes1; Giselle Moura Guimarães Marques2; Kyara Martins Formiga3 & Jacqueline da Silva Batista4
1Instituto Federal de Ciência e Tecnologia do Amazonas (IFAM), Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), Manaus, AM.
E-mail: drybentesbiologia@gmail.com
2Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), Laboratório Temático de Biologia Molecular (LTBM), Manaus, AM. Email:
moura.giselle@gmail.com
3Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), Laboratório Temático de Biologia Molecular (LTBM), Manaus, AM. E-mail:
formiga@inpa.gov.br
4Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), Coordenação de Biodiversidade (COBIO), Laboratório Temático de Biologia
Molecular (LTBM E-mail: jac@inpa.gov.br
Os maparás (Hypophthalmus ssp.) compreendem até o momento as espécies: H. oremaculatus, H. edentatus,
H. fimbriatus e H. marginatus. Esses peixes aparecem como uma das espécies mais comercializadas na
amazônia, tornando-se necessário estudos de caracterização genética e identificação de estoques pesqueiros.
Portanto, isolar e caracterizar marcadores de DNA microssatélites para Hypophthalmus oremaculatus foram
os objetivos deste estudo. A extração de DNA seguiu o protocolo de Fenol-Clorofórmio e amplificação via
PCR (Reação em Cadeia de Polimerase). Onze locos foram caracterizados em 29 indivíduos, coletados na
cidade de Manaus (AM). As PCRs foram submetidas à eletroforese capilar em Analisador de DNA ABI
3130xl, e estimados os parâmetros de diversidade genética. O número de alelos variou entre 4 (Hor02), 19
(Hor16). A heterozigosidade observada (HO) entre 0,142 (Hor18) e 1,000 (Hor03). A heterozigosidade
esperada (HE) entre 0,202 (Hor18) a 0,931 (Hor13). O FIS (índice de endogamia) variou de 0,506 a 0,478.
Três locos (Hor03, Hor13 e Hor16) apresentaram desvio de EHW após a correção de Bonferroni, (P: (5%)
0,0045). Presença de alelos nulos foram detectadas nos locos Hor16, Hor17 e Hor19. Verificou-se o alcance
da amplificação heteróloga em outras espécies do gênero. Sete locos amplificaram em pelo menos uma
espécie. As espécies Hypophthalmus sp.1 (H. oremaculatus) e Hypophthalmus sp.2 (H. marginatus) tiveram
maiores números de locos amplificados. Os locos microssatélites mostraram-se promissores para estimar a
variabilidade genética de H. oremaculatus podendo-se aplicar em estudos genéticos futuros incluindo os de
genética populacional envolvendo níveis de variabilidade genética nas demais espécies do gênero.
Palavras-chave: Hypophthalmus oremaculatus, Mapará, Microssatélites.
Apoio: INPA-MCTIC/CNPq/CAPES
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Ocorrência de Chirps evocados por playback nos gêneros de peixes elétricos
Brachyhypopomus, Microsternarchus e Steatogenys (Ordem: Gymnotiformes)
Thiago Alexandre Petersen1; Caitlin E. Field 2; Christopher B Braun2 & José Antônio Alves Gomes1
1Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), Laboratório de Fisiologia Comportamental e Evolução (LFCE), Manaus, AM.
Email: petersenthiago@gmail.com (autor correspondente)
2City University of New York, Hunter College, New York, NY.
Os peixes elétricos neotropicais produzem uma Descarga de Órgão Elétrico (DOE) usada para
eletrolocalização ativa e comunicação. Neste contexto, a frequência (Hz) da DOE pode ser modulada,
resultando em padrões específicos. Uma modulação bem descrita na literatura é o chirp, uma elevação
abrupta de frequência da DOE, que usualmente dura menos de 500 ms. No presente trabalho, são reportados
chirps em Brachyhypopmus sullivani, Microsternarchus sp. (Linhagem C), e Steatogenys elegans em
experimentos de playback (reprodução de sinais coespecíficos). Para aquisição da DOE e playback, foram
utilizados um processador de sinais e algoritmos personalizados. Com relação ao playback, foi feito o
experimento de frequência fixa, em trials de -5 a +5 Hz de 10-15 segundos, usando um estímulo de
coespecífico. Com um total de 3410 chirps obtidos, todas as espécies testadas apresentaram chirps nas
estimulações (Brachyhypopomus: Indivíduos=3, NChirps=58; Microsternarchus: Indivíduos=12,
NChirps=2555; Steatogenys: indivíduos=7, NChirps=797). Os chirps mais longos foram demonstrados por
Brachyhypopomus (0,19s ±0,06), seguido por Steatogenys (0,04s ±0,01) e Microsternarchus (0,03s ±0,01),
apresentando diferença estatística entre os gêneros (Kruskal-Wallis: X2(2)=69,39 p<0,001). Em relação a
redução de amplitude, resultado similar foi observado, com Brachyhypopomus apresentando um alto valor
em mediana (27,4%) e bem menos dramático em Microsternarchus (0,89%) e Steatogenys (1,38%) (Kruskal-
Wallis: X2(2)=44,67 p<0,001). Microsternarchus e Steatogenys ainda mostraram ter chirps com uma forte
relação fásico-temporal, sendo assim, considerados como parte do repertório de comportamento de Jamming
Avoidance Response (JAR). Os resultados sugerem a existência de uma diversidade de chirps nas espécies,
um comportamento usado inclusive em contexto de JAR.
Palavras-chave: Comportamento, Gymnotiformes, Playback, Peixe elétrico, Comunicação animal.
Apoio: CNPq (384980/2011-2 e 402441/2008-7), FAPEAM (32143.UNI614.4510.05042016-44250), CAPES (PDSE
88881.189704/2018-01).
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Novos registros de espécies de Trichoptera Kirby, 1813 (Insecta) para o Distrito Federal
Erica Silva Pereira1; Gleison Robson Desidério Gomes2; Vitória Santana da Silva1 & Neusa Hamada2
1Programa de Iniciação Científica, Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), Manaus, AM, Brasil. Email:
pereira.ento@gmail.com; vsantana.ento@gmail.com.
2Programa de Pós-Graduação em Entomologia, Coordenação de Biodiversidade, Instituto Nacional de Pesquisa da Amazônia (INPA),
Manaus, AM, Brasil. Email: gleysonbio@gmail.com; neusaha@gmail.com.
Trichoptera constitui a maior ordem de insetos exclusivamente aquáticos com cerca de 15.000 espécies
descritas mundialmente, 800 dessas ocorrem no Brasil, distribuídas em 16 famílias. Na região Centro-Oeste
apenas 73 espécies são registradas, e dentre os estados dessa região, o Distrito Federal é o que possui o
menor número de espécies, apenas sete pertencentes a Hydropsychidae e Philopotamidae, o que revela a
escassez de conhecimento taxonômico a respeito da ordem. Nesse sentido, esse trabalho tem como objetivo
fornecer novos registros de espécies de Trichoptera para o Distrito Federal. O material utilizado nesse estudo
foi coletado em córregos em áreas preservadas de Cerrado. Os espécimes foram identificados em nível de
espécie através de bibliografias especializadas, com base em características da genitália masculina. A
genitália dos espécimes analisados foi diafanizada com KOH 10% por 30 minutos a 125 ºC e sua ação
neutralizada com ácido acético a 50% por 15 minutos, posteriormente foi lavada em água destilada e,
preservada em álcool 80%. Hydropsychidae e Calamoceratidae foram as famílias mais diversas com cinco e
quatro espécies cada, seguidas de Leptoceridae com três, Philopotamidae, Xiphocentronidae e Hydrobiosidae
com duas espécies e Ecnomidae, Helicopsychidae e Polycentropodidae com somente uma espécie cada. Ao
total, foi identificado 22 espécies, sendo estas registradas pela primeira vez para o estado, quatro destas são
novas para a Ciência. Estes resultados aumentam de sete para 22 o número de espécies registradas para o
Distrito Federal.
Palavras-chave: Insetos Aquáticos, Biodiversidade, Cerrado, Hydropsychidae, Taxonomia.
Apoio: FAPEAM, CNPq.
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Nidificação da tartaruga (Podocnemis unifilis) em diferentes substratos do lago
Puraquequara, margem esquerda do rio Amazonas
Antônio Luiz Vieira de Oliveira1; Richard Cal Vogt2 & Cristina Motta Bührnheim3
1Universidade do Estado do Amazonas (UEA); graduando em Ciências Biológicas, Manaus-AM. Email: alvo.bio@uea.edu.br
2 Instituto Nacional de Pesquisa da Amazônia (INPA) Centro de estudos de Quelônios da Amazônia, Manaus-AM. Email:
vogt@inpa.gov.br.
3 Universidade Federal do Amazonas (UEA) Laboratório Paulo Bührnheim, Manaus-AM. Email: cmb.bio@uea.edu.br.
Podocnemis unifilis é uma das espécies de tartarugas de água doce de tamanho médio com determinação
sexual influenciada por fatores externos. Faixas de temperaturas baixas geram machos, temperaturas altas
geram fêmeas. O aquecimento global vem gerando problemas sérios na reprodução de quelônios. Assim,
nosso objetivo foi de verificar as diferenças na nidificação de P. unifilis em diferentes substratos do lago
Puraquequara, localizado na margem esquerda do rio Amazonas, Manaus (AM). Três ninhos de P. unifilis
foram encontrados nos dias 2, 7 e 15 de setembro de 2018 em diferentes substratos. O ninho 1 na areia grosa
com 22 ovos, ninho 2 em lato-solo amarelo com 28 ovos, e ninho 3 na terra preta e matéria orgânica com 18
ovos. Os ovos foram retirados dos ninhos e colocados dentro de caixas de isopor de 20x30x15 centímetros
cm3 junto com o substrato de origem e transportados até um local seguro onde foram transplantados com os
mesmos substratos. Colocou-se dentro de cada ninho um data-logger para armazenamento da temperatura
durante o período de incubação que durou 73 dias. Verificou-se no ninho 1 composição granulométrica:
Argila=2,96 %; Silte=0,79% e Areia= 96,25%, com sucesso de eclosão de 57%, ninho 2: Argila=17,73;
Silte=11,63 e Areia= 70,64, sucesso de eclosão 0,0%; e ninho 3: Argila=90,43%; Silte=4,46%; Areia=54,61,
sucesso de eclosão 0,0%. Nossos resultados indicaram que a granulometria tem forte influência na
reprodução de P. unifilis, sendo que solos porosos retêm menos água e projetam faixas de temperaturas entre
25ºC a 37ºC, garantido maior sucesso de eclosão e desenvolvimento gonadal do embrião.
Palavras-chave: Granulometria, Temperatura, Sexo.
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Habitats e micro-habitats de larvas de Scirtidae (Coleoptera) na Amazônia
Gabrielle Jorge de Melo1*; María Laura Libonatti 2; Cesar João Benetti1 & Neusa Hamada1
1Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), Coordenação de Biodiversidade, Manaus, AM. Email:
gabrielle.melo2011@gmaiil.com*
2Universidade de Buenos Aires, Faculdade de Ciências Exatas e Naturais, Departamento de Biodiversidade e Biologia Experimental,
Entomologia, Buenos Aires, Argentina.
Scirtidae (Coleoptera) compreende mais de 1.800 espécies agrupadas em 69 gêneros com ampla distribuição
geográfica. Esses insetos são conhecidos comumente como “besouros do pântano” devido as larvas de
muitas espécies serem encontradas em águas estagnadas. As larvas são aquáticas, raspadoras, alimentando-se
de matéria vegetal morta, auxiliando na decomposição das folhas. São facilmente reconhecidas por suas
antenas geralmente mais longas do que o corpo, possuindo entre 14 e 180 antenômeros. O objetivo deste
trabalho foi associar larvas de Scirtidae aos habitats e micro-habitats amazônicos. As larvas foram coletadas
em ambientes aquáticos como córregos, lagos, poças temporárias e fitotelmatas, por meio de busca ativa com
o auxílio de rede entomológica aquática e pipeta adaptada. Foram associadas 9 larvas à quatro tipos de
habitats e seis micro-habitats. Nos lagos Ora semibrunnea Pic foi encontrada em banco de macrófitas;
Scirtes sp.1 em troncos submersos; Scirtes sp. 2 em kínon. Em fitotelmatas Scirtes sp. 3 foi coletado em
capembas e folhas de palmeiras caídas; Scirtes sp. 5 e S. sp. 6 em bromélias de diferentes espécies; Scirtes
sp. 7 em bananeira-brava-do-mato. Scirtes sp. 4 foi encontrado em poças temporárias associado às folhas
acumuladas. Scirtes sp. 8 foi coletado em córregos associado ao folhiço presente em locais de correnteza.
Scirtes sp. 8 foi o único morfótipo encontrado em águas correntes, as outras espécies/morfótipos foram
coletados em locais lênticos. Este trabalho indica a grande diversidade de habitats ocupados por Scirtidae e,
também, certa especificidade por micro-habitat e substrato.
Palavras-chave: Besouros, Bromélias, Micro-habitats, Scirtes, Substrato.
Apoio: Projeto “Sistemática Integrada de Insetos Aquáticos com ênfase em Simuliidae (Diptera) da América do Sul.
INPA/MCTI/CNPq”. Programa de Capacitação em Taxonomia–PROTAX/CNPq, 440616/2015-8. Projeto: “Taxonomia
e Biologia de Dytiscidae (Coleoptera: Adephaga) na Amazônia. DCR/AM CNPq FAPEAM, 024/2013
302031/2015-4”.
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O que os Rhabdolichops eastwardi Lundberg & Mago-Leccia, 1986 (Gymnotiformes:
Sternopygidae) estavam consumindo na Praia Grande naquela vazante?
Ester Pereira de Carvalho1, 2 & Cristina Cox Fernandes3
1Programa Iniciação Científica do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (PIBIC-INPA), Manaus, AM; 2Universidade do
Norte, Manaus, AM. Email: carvalhoester956@gmail.com
3Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), Coordenação de Biodiversidade, Manaus, AM. Email: ccf@inpa.gov.br
Durante o mês de agosto de 1995 no período de vazante, um grande número de exemplares de
Rhabdolichops eastwardi foi coletado na Praia Grande, Rio Negro, por meio de uma rede de arrasto de
portas. Naquele momento, levantou-se a hipótese de que os indivíduos de R. eastwardi encontravam-se
próximos a margens, devido a possível presença de zooplâncton proveniente de bocas de lagos próximos. A
presença abundante de zooplâncton na vazante e seca foi constatada em localidades semelhantes e algumas
espécies de Rhabdolichops são conhecidas por consumirem zooplâncton na época de vazante e seca. Dos
mais de 450 indivíduos coletados, examinamos 50 estômagos, utilizando os métodos de frequência de
ocorrência e volume relativo para o lculo do Índice Alimentar. O Índice Alimentar por item foi: insetos
40%, detritos 37%, escamas 14%, ovos 5% e zooplâncton 1%. Assim, zooplâncton não possui importância
para essa espécie de hábito onívoro. Entretanto, observamos a presença de um item não encontrado
anteriormente em estudos com Rhabdolichops as escamas. A frequência de cada item no total de estômagos
foi: insetos 88%, detritos 82%, escamas 70%, ovos 52% e zooplâncton 38%. Indicando que essa espécie
possui o hábito lepidofágico. Concluímos assim que a abundante presença de Rhabdolichops na praia Grande
não ocorreu devido ao consumo de zooplâncton.
Palavras-chave: Dieta, vazante, zooplâncton, escamas.
Apoio: PAIC - FAPEAM Programa de Apoio à Iniciação Cientifica.
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O custo oxidativo da reprodução
Rosa Karina Solis Garcia1 & Adalberto Luis Val2
1Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), Laboratorio de Ecofisiologia e Evolução Molecular (LEEM/INPA), Manaus,
AM. Email: karisolisgarcia@gmail.com
2Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), Laboratorio de Ecofisiologia e Evolução Molecular (LEEM/INPA), Manaus,
AM. Email: dalval@inpa.gov.br
As migrações longas são realizadas por animais para vários fins ecológicos, sendo o reprodutivo um dos
mais importantes. Durante a fase reprodutiva, a demanda por energia é aumentada e, consequentemente,
pode ser gerado no interior das células um processo fisiológico, conhecido como o “estresse oxidativo”. Em
função disso, questionamos se o custo oxidativo da reprodução predomina em fêmeas ou machos de
Semaprochilodus taeniurus. Com o objetivo de responder essa questão, foram realizadas análises enzimáticas
e determinação dos danos oxidativos no coração e fígado de exemplares da espécie mencionada, coletados
no rio Negro, na região do Lago Catalão, na Bacia Amazônica ao final da migração reprodutiva. O estresse
oxidativo foi quantificado de maneira indireta por meio de medidas das enzimas antioxidantes (superoxido
dismutase, catalase, glutationa peroxidase e glutationa-S-transferase) e, de maneira direta por meio da análise
de marcadores de danos oxidativos, o ensaio cometa, que mede danos na molécula de DNA, e a
lipoperoxidação, que mede os danos causados nos lipídeos da membrana celular. Os resultados mostraram
valores maiores da glutationa-S-transferase, superóxido dismutase, catalase, lipoperoxidação e danos no
DNA nos machos comparados às fêmeas. Com base nos resultados, concluímos que, o estresse oxidativo foi
maior nos machos do que nas fêmeas, mostrando que, nessa espécie de peixe com hábito migratório, a
reprodução parece produzir um custo fisiológico maior nos machos.
Palavras chaves: Especies Reativas de Oxigênio, Enzimas Antioxidantes, Fase Reprodutiva, Peixes Migratorios.
Apoio: FAPEAM, CNPq, CAPES, INCT ADAPTA.
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O ciclo hidrológico na Amazônia Central: Está correto?
Edinaldo Nelson dos Santos Silva & Assad Darwich
Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), Coordenação de Biodiversidade, Laboratório de Plâncton, Manaus, AM. Email:
projetobiotupe@gmail.com
Sim. Está correto, se você usar o conceito de ciclo hidrológico, base de toda a hidrologia, como sendo o
movimento da água entre a terra-atmosfera-terra e, Amazônia Central, como um conceito baseado na
geoquímica e nas ideias de Fittkau, bem definido por ele e já existente na literatura da área. Os usos destes
dois conceitos, com significações diferentes, são completamente inapropriados. Mas após sua criação, têm
sido usados corretamente? Para responder esta questão foi feito um exame nas teses e dissertações aprovadas
no curso de Biologia de Água Doce e Pesca Interior no período de 2010 a 2015, usando “ciclo hidrológico” e
“Amazônia Central” como palavras-chave. Foram analisadas cinquenta e cinco (55) dissertações de mestrado
e vinte e nove (29) teses de doutorado. Obtivemos 38% (21) das dissertações usando o conceito de ciclo
hidrológico e 72% (40) usando Amazônia Central. Em 65,5% (19) das teses foi utilizado ciclo hidrológico e
Amazônia Central em 58,6 % (17) do total. Em todas as dissertações e teses que usaram estes dois conceitos
a sua aplicação foi equivocada, sem exceção. Isto demonstra que a literatura da área tem sido negligenciada
e, no caso destes conceitos, seu uso inadequado tem sido replicado sem a devida consulta à fonte original e
sem o entendimento correto de suas definições e significados. Esta atitude descuidada tem contribuído para
perpetuar o uso incorreto de conceitos previamente estabelecidos e bem delimitados na literatura científica e
que, além disso, não são objetos de qualquer controvérsia.
Palavras-chave: conceitos, usos equivocados, dissertações, pós-graduação, teses.
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Estimativa de captura de pescado através de amostragem indireta: o caso da comunidade
Tupy II, São Paulo de Olivença, Amazonas, Brasil
Valdenor Magalhães Silva1 & Iatiçara Oliveira da Silva2
1Universidade do Estado do Amazonas (UEA), Centro de Estudos Superiores de Tabatinga (CESTB), Tabatinga, AM. Email:
vvaldenorsilva@gmail.com
2Universidade do Estado do Amazonas (UEA), Centro de Estudos Superiores de Tabatinga (CESTB), Tabatinga, AM. Email:
iaticara.uea@gmail.com
Na Amazônia, estimar diretamente a capacidade produtiva de uma determinada área de pesca é muito difícil,
pois denotaria um longo período de observação em campo. Nosso objetivo foi estimar a quantidade de peixe
produzido em cada período do ciclo hidrológico no período de um ano com vistas mensais para inferir o
potencial produtor de pescado nas águas adjacentes à comunidade indígena Tupy II, São Paulo de
Olivença/AM. Baseados na pesquisa documental, através da análise dos recibos e cadernos de fluxo de caixa
de um entreposto pesqueiro. Os dados indicam que somente para o frigorífico estudado foram vendidas cerca
de 19 toneladas de peixe, distribuídas entre 10 espécies: surubim (Pseudoplatystoma punctifer) + caparari
(Pseudoplatystoma tigrinum), 8.533 kg; tambaqui (Colossoma macropomum), 670 kg; curimatã (Prochilodus
nigricans), 1.479 kg; pirapitinga (Piaractus brachypomus), 1.581 kg; pirarucu (Arapaima gigas), 5.713 kg;
outras espécies, 1.223 kg. Ao sobrepormos os dados de compra com o gráfico do nível do rio Solimões,
pudemos relacionar os picos de captura para cada espécie ao longo do ano: surubim e caparari foram
capturadas durante todo o ano, apresentando picos na enchente (março) e início do período de seca (agosto).
Pirapitinga, curimatã e pacu (Mylossoma sp.), foram mais capturadas no período de seca (maio-novembro).
Enquanto tambaqui e pirarucu apresentaram índices de captura nos nesses mais cheios (fevereiro-abril).
Nosso estudo indica que o método indireto utilizado para inferir o potencial produtor de pescado de uma
determinada área é viável. Este foi um estudo preliminar e análises com um maior número de entrepostos
naquela área está sendo desenvolvido.
Palavras-chave: Atividade Pesqueira, Comunidade Indígena, Dinâmica Populacional, Potencial Produtor, Variações
Sazonais.
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Dieta da planta carnívora aquática Utricularia foliosa L. (Lentibulareaceae) de um lago de
água preta da Amazônia
Raize Castro Mendes1; Edinaldo Nelson dos Santos Silva1 & Ghidini, André Ricardo Ghidini1
1Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), Coordenação de Biodiversidade, Manaus, AM. Email:
raize.mendes@gmail.com
No lago Tupé, um lago de água preta típico da região amazônica, mais de 150 espécies de invertebrados
aquáticos estão associados a Utricularia foliosa, uma planta aquática carnívora que apresenta uma estrutura
em forma de bolsa chamada de utrículo, utilizada para capturar suas presas. Além disso, tem seu ciclo de
vida associado à variação do nível da água. Dessa forma, verificar a composição, frequência de ocorrência e
abundância dos invertebrados aquáticos como dieta da Utricularia foliosa no lago Tupé, foi o objetivo deste
estudo. Vinte e seis amostras foram coletadas semanalmente em um único banco de U. foliosa entre fevereiro
e julho de 2010. Devido a grande quantidade de material, foi necessário utilizar um fracionador tipo Folsom
para obter as subamostras. Foram examinados 988 utrículos. Compuseram a dieta: Acarina (Arachinida),
Diptera (Insecta), Cladocera, Copepoda, Ostracoda (Crustacea), Gastrotricha, Nematoda e Rotifera. Os
cladóceros foram os mais frequentes (31 a 45%) e os mais abundantes (250 indivíduos), Bosminidae e
Chidoridae os mais representativos. A predominância de Chidoridae e Bosminidae se deve à sua maior
abundância nessa época do ano no ambiente, como demonstrado em estudos anteriores no lago. Os
Chidoridae são bentônicos e vivem associados a U. foliosa. Bosminidae, apesar de serem planctônicos,
apresentam aparatos natatórios que permitem sua locomoção até a planta. Portanto, concluímos que a
predação de U. foliosa não é seletiva nem pelo hábito das presas e, nem por grupo taxonômico.
Palavras-chave: Insetos aquáticos, Microcrustáceos, Utrículos.
Apoio: FAPEAM.
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Caracterização preliminar do sistema látero-sensorial cefálico de Electrophorus eletricus
(Linnaeus, 1766) (Gymnotiformes: Gymnotidae)
Gabriel Verçoza1; Akemi Shibuya2; Douglas Aviz Bastos3 & Lúcia Helena Rapp Py-Daniel4
1Universidade Federal do Amazonas (UFAM), Programa de Pós-graduação em Zoologia, Manaus, AM. Email:
gabriel.vercoza@hotmail.com (autor correspondente)
2Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), Coordenação de Biodiversidade, Manaus, AM.
3Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), Programa de Pós-graduação em Biologia de Água Doce e Pesca Interior,
Manaus, AM.
4Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), Coleção de Peixes, Manaus, AM.
Electrophorus electricus, ou poraquê, pertence à ordem de peixes elétricos neotropicais, Gymnotiformes. E.
electricus é a espécie de peixe capaz de gerar a mais alta descarga elétrica conhecida entre os animais,
produzindo mais de 600 Volts. Estes peixes são caracterizados pelo hábito noturno, pouca visão, corpo
alongado com nadadeiras dorsal e pélvicas ausentes, anal longa e eletrolocalização ativa, permitindo
orientação e comunicação através de campos elétricos. Devido aos atributos elétricos do grupo, pesquisas
sobre eletrogênese e eletrorecepção do poraquê sempre foram priorizadas em detrimento dos demais
sentidos, o que nos levou a investigar e caracterizar o sistema látero-sensorial cefálico (SLSC) de
Electrophorus electricus, com intuito de entender sua importância no hábito de vida desta espécie. A
organização da linha lateral da cabeça foi observada em 260 indivíduos de diversos tamanhos. Para a
descrição do SLSC, foram dissecadas as cabeças de dois espécimes adultos conservados em álcool, expondo
os canais sensoriais. Com isso observamos o início da formação do sistema em indivíduos com
aproximadamente 25 mm de comprimento, dissociado de estruturas ósseas e organizado em seis séries de
poros (supraorbital, infraorbital, metapterigoide, parietal, mandibular e pré-opercular). Durante as análises,
foi observado um canal que adentra pela musculatura na região ótica, na confluência entre o SLSC e a linha
lateral do corpo, sugerindo uma função timpânica à estrutura. Os resultados preliminares mostram um
arranjo peculiar do SLSC na espécie e nos fazem repensar a importância da mecanorecepção na estratégia de
vida dos poraquês e sua possível associação com a audição no grupo.
Palavras-chave: Poraquê, Mecanorrecepção, Linha lateral.
Apoio: Coleção de Peixes INPA.
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Relação peso-comprimento, fator de condição, índices gonadossomático e hepatossomático de
Mylossoma albiscopum (Characiformes: Serrasalmidae) de Parintins, Amazonas, Brasil
Lucas da Gama Silva¹ & Adailton Moreira da Silva2
1Iniciação Científica. Universidade do Estado do Amazonas (UEA), Centro de Estudos Superiores de Parintins (CESP), Parintins,
AM. Email: lucasdagamasilva@gmail.com.
2Universidade do Estado do Amazonas (UEA), Centro de Estudos Superiores de Parintins (CESP), Parintins, AM. Email:
amdsilva@uea.edu.br
O conhecimento dos índices corporais é importante na caracterização do crescimento e época reprodutiva de
peixes. O Mylossoma albiscopum, conhecido como pacu manteiga, possui ampla importância ecossistêmica e
é pouco estudada. Esta pesquisa foi executada no período de agosto a setembro de 2019 e teve como objetivo
descrever a relação peso-comprimento (RPC), fator de condição (Kn), índice gonadossomático (IGS) e
hepatossomático (IHS) de 27 exemplares de M. albiscopum adquiridos em feiras do município de Parintins.
Os animais foram medidos utilizando fita métrica (cm) e pesados utilizando balança (g). As gônadas e o
fígado foram retirados após incisão ventral e pesados em balanças de precisão. Para a RPC, Kn, IGS e IHS
foram utilizadas as equações P=a.Cb, Kn=Pobservado/Pestimado, IGS=(Pgonada/Ptotal)x100 e IHS=(Pfigado/Ptotal)x100.
Os animais apresentaram média±desvio padrão (máximomínimo) para peso de 228,48±58,18 g (372153
g), comprimento padrão de 16,12±1,27 cm (1,514,5 cm), peso do fígado de 2,27±1,08 g (4,090,44 g),
peso da gônada de 1,61±2,71 g (2,860,09 g), IGS de 0,61±0,98% (4,780,05%), IHS de 0,96±0,34% (1,52
0,23%). A RPC foi estimada e expressa em P=0,0333C3,166 com R2=0,9254, mostrando uma boa correlação
por estar próximo de 1. O coeficiente angular (b=3,166) indica que a espécie, neste período, apresenta um
crescimento alométrico positivo, demostrando que ocorre um incremento maior em peso do que em
comprimento. necessidade de realizar comparações tanto entre os sexos quanto entre as fases do ciclo
hidrológico. Os dados aqui apresentados são inéditos para este grupo de animais e podem servir como
referência para trabalhos futuros.
Palavras-chave: Characiformes, Biometria, Ciclo hidrológico, Amazônia.
Apoio: Bolsa de Iniciação científica da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas
FAPEAM/UEA/PAIC.
Tropical Diversity (2019) 1(Suplemento): 2-69.
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O que faço com essa água parada? Trade-off funcional entre divergência morfológica e
velocidade crítica como provedor da seleção natural em populações de Bryconops giacopinii
(Characiformes: Iguanodectidae)
Gabriel Gazzana Barros1; Cláudia Pereira de Deus1; Jansen Alfredo Sampaio Zuanon2; Márcio Silva Araújo3
1Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia, Programa de Pós-graduação Biologia de Água Doce e Pesca Interior
PPGBADPI/INPA. email: ggbarros00@hotmail.com
2Coordenação de Biodiversidade, Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia COBIO/INPA
3Instituto de Biociências, Programa de Pós-graduação em Ecologia - UNESP Rio Claro
A relação entre uma variável ambiental e uma medida de seleção observada na natureza ou em um
experimento, tem sido argumentada como uma forte evidência da causa da seleção natural. Utilizando a
espécie de hábitos oportunistas Bryconops giacopinii como modelo, buscou-se investigar como mudanças
morfológicas e de desempenho natatório possibilitaram o estabelecimento de populações em lagos às
margens da BR-174 (igarapés prístinos impactados com o bloqueio e represamento pela construção da
rodovia), comparando com populações de igarapés íntegros. Espécimes foram capturados em ambos os
ambientes (5 impactados e 5 íntegros) e transportados ao laboratório, onde foi realizado experimento em
túnel de fluxo à vácuo e analisada a velocidade crítica de natação (Ucrit). Em seguida foi realizada análise
com morfometria geométrica com os mesmos indivíduos utilizados no experimento. Foi observada
divergência significativa tanto no Ucrit quanto no padrão morfológico entre as populações, com indivíduos
das populações dos lagos apresentando menor tempo de fadiga (Ucrit) que indivíduos das populações dos
igarapés íntegros. Os resultados sugerem que, mediados pela plasticidade fenotípica, a seleção natural tem
atuado em indivíduos que se mantiveram nas novas condições ambientais impostas pela mudança de sistema
lótico para lêntico. A assimetria observada aqui em trade-offs funcionais entre forma do corpo e desempenho
natatório, demonstram atuar como mecanismo provedor da seleção natural divergente, em resposta às novas
pressões seletivas do ambiente, onde indivíduos com maior fitness tiveram vantagens em relação aos demais
indivíduos, dos quais ao longo do tempo tiveram sua frequência reduzida na população.
Palavras-chave: Variação fenotípica, Morfometria geométrica, Formato do corpo.
Fontes financiadoras: Capes, ADAPTA, Projeto igarapés, INPA.
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Investigando a morfologia do crânio de Caquetaia spectabilis (Steindachner, 1875)
(Cichliformes: Cichlidae)
Joiciane Vieira dos Santos1, 2 & Cristina Cox Fernandes3
1Programa Iniciação Científica do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (PIBIC-INPA), Manaus, AM; 2Universidade do
Norte, Manaus, AM. Email: Joicianeenf.vieira@gmail.com
3Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), Coordenação de Biodiversidade, Manaus, AM. Email: ccf@inpa.gov.br
O presente trabalho estudou a morfologia do crânio de Caquetaia spectabilis, investigando quais os
elementos ósseos que auxiliam na protrusão mandibular da espécie, para a compreensão da expansão do
aparelho bucal. Os cinco exemplares utilizados foram adquiridos no entreposto de pesca do lago Tucuruí, rio
Tocantins, Pará. Os esqueletos de C. spectabilis foram preparados em um dermestário, depois limpos e
clareados. Os crânios foram examinados em três posições: (1) boca fechada, onde as mandíbulas superior e
inferior encontram-se unidas, (2) boca meia-expandida, nesta posição as mandíbulas estão expandidas
aproximadamente 50% da capacidade total e (3) mandíbulas totalmente expandidas, em capacidade máxima
de protrusão. Durante a primeira posição os ossos do crânio de Caquetaia spectabilis foram identificados:
angular basiesfenóide, dentário, ectopterigóide, endopterigoide, frontal, hiomandibular, interopérculo,
lacrimal, metapterigóide, maxilar, nasal, opérculo, parietal, palatino, preopérculo, paraesfenóide,
pteroesfenóide, quadrado, circumorbitais, subopérculo e simplético. Com a boca meio-expandida, ocorre a
depressão da mandíbula inferior, passando a posição horizontal, e mandíbula superior se separa da inferior,
levando à abertura bucal. Quando as mandíbulas se encontram totalmente expandidas, os ossos do crânio
responsáveis pela sua capacidade máxima de protrusão são: dentário, lacrimal, maxilar, processo ascendente
do pré-maxilar, pré-maxilar, quadrado, circumorbitais e vômer. A região do suspensório, através das suas
articulações, permite que a mandíbula inferior se movimente anteriormente, independentemente do
neurocrânio. Concluindo, o elemento ósseo mais importante no sistema de protrusão mandibular é processo
ascendente do pré-maxilar. A capacidade e a eficiência desses elementos ósseos em protrair as mandíbulas
também dependem de conexões ligamentares e inserções musculares.
Palavras-chave: Caquetaia, Crânio, Morfologia.
Apoio: INPA, Programa PIBIC do CNPq, Coleção de Peixes do INPA.
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Efeitos ecológicos de uma seca excepcionalmente forte em comunidades de peixes de igarapés
de terra firme na bacia do rio Xingu
André Ribeiro Martins1; Douglas Aviz Bastos1; Thiago Bernardi Vieira2; Leandro Melo de Sousa1; Tommaso Giarrizzo3
& Jansen Alfredo Sampaio Zuanon4
1Discente do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), Manaus, AM; ²Docente da Universidade Federal do Pará,
Altamira-PA; 3Pesquisador do Laboratório de Biologia Pesqueira e Manejo dos Recursos Aquáticos, Universidade Federal do Pará,
Belém-PA; 4Pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), Manaus-AM; (autor correspondente). Email:
armbiologo@gmail.com.
Entender como eventos de secas hidrológicas extremas alteram a estrutura de uma comunidade biológica é
fundamental para a elaboração de estratégias efetivas de conservação, especialmente em pequenas bacias
hidrográficas de regiões megadiversas. Avaliamos os efeitos da interrupção de fluxo e seca temporária sobre
a ictiofauna de seis igarapés de terra firme da bacia do rio Xingu, na Amazônia Oriental brasileira. As
amostragens foram realizadas entre 2012 e 2014. No final da estiagem de 2012, esses igarapés secaram
completamente ou ficaram reduzidos a poças desconectadas. A composição de espécies diferiu entre o início
da estiagem de 2012, anterior ao evento de perda de fluxo, e o início da estação chuvosa de 2013 (três meses
após) (PERMANOVA; Presença/ausência: pseudo-F= 2,531, p= 0,019; Abundância: pseudo-F= 2,105, p=
0,030). A ictiofauna coletada na estação chuvosa de 2013 também diferiu do final da estiagem de 2014 (22
meses após a retomada do fluxo) (PERMANOVA; Presença/ausência: pseudo-F= 2,951, p= 0,006;
Abundância: pseudo-F= 2,349, p= 0,010). Vinte e sete espécies foram responsáveis por 95% da
dissimilaridade observada entre a amostragem realizada antes da perda do fluxo e durante a estação chuvosa
seguinte. Destas, 17 espécies diminuíram em abundância e 10 aumentaram. Comparando a amostragem
realizada imediatamente após o restabelecimento do fluxo e 22 meses depois, 21 espécies contribuíram para
95% da dissimilaridade (10 aumentaram e 11 diminuíram em abundância). Na maioria dos casos, houve uma
tendência de retorno à composição de espécies observada antes do evento de interrupção, mas em alguns
igarapés as mudanças ocasionadas persistiram.
Palavras-chave: Intermitência do fluxo, Distúrbios, Secas hidrológicas, Água doce tropical, Estrutura de comunidade.
Apoio: Norte Energia; Tractebel Engineering; CAPES.
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Efeito da quantidade de alimento e da densidade populacional de Moina micrura Kurtz, 1984,
sobre sua produção de efípios em cultivos experimentais
Renan Gomes do Nascimento & Edinaldo Nelson dos Santos Silva
Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), Coordenação de Biodiversidade, Manaus, AM. Email: (RGN)
renaan112@gmail.com, (ENS). projetobiotupe@gmail.com
Em cultivos de cladóceros para alimentação de larvas de peixes, deve-se evitar que haja produção de efípios
(estruturas de proteção aos ovos). Se isto ocorrer haverá diminuição da densidade populacional e possíveis
danos às larvas. Caso as larvas sejam alimentadas com cladóceros carregando efípios,, estes passarão pelo
trato digestório sem sofrer digestão e poderão ficar retidos no reto, ocasionar prolapso retal e,
consequentemente, a morte. Portanto, investigar o efeito de diferentes quantidades de alimento (1x103,1x104,
1x106 cells/mL) e aumento da densidade populacional de M. micrura sobre sua produção de efípios é
fundamental para o sucesso desses cultivos. A alta quantidade de alimento (1x106 cells/mL) foi
preponderante para a reprodução assexuada prevalecer e assim manter um crescimento contínuo da
população de M. micrura. O aumento da densidade populacional de M. micrura não afetou a produção de
efípios, entretanto, foi possível observar que a produção de efípios ocorreu após a população atingir o pico
populacional, no 8º dia de experimento. Desta forma, podemos concluir que o sucesso para o cultivo depende
de uma oferta adequada de alimento e que o crescimento populacional seja monitorado diariamente, para que
a colheita seja feita no momento em que os efípios não estejam presentes no cultivo, para a respectiva
espécie estudada, a colheita deve ser feita no 8º dia de cultivo.
Palavras-chave: Alimento vivo, Cladocera, Ovo de Resistência, Larvicultura.
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Efeito da deltametrina nos padrões de descarga do órgão elétrico de Microsternarchus cf.
bilineatus (Gymnotiformes: Hypopomidae)
Valesca de Souza Chaves1; José Antônio Alves Gomes2; Jaydione Luiz Marcon3; Wallice Luiz Paxiúba Duncan4 &
Fabrício Beggiato Baccaro5
1Centro Universitário do Norte (UNINORTE), Escola de Saúde, Manaus, AM. Email: chaves.valesca@gmail.com
2Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), Laboratório de Fisiologia comportamental e evolução - LFCE, Manaus, AM.
Email: puraque44@gmail.com
3Universidade Federal do Amazonas (UFAM), Instituto de Ciências Biológicas (ICB), Manaus, AM. Email: marconjl@yahoo.com.br
4Universidade Federal do Amazonas (UFAM), Instituto de Ciências Biológicas (ICB), Manaus, AM. Email: wduncan@ufam.edu.br
5Universidade Federal do Amazonas (UFAM), Instituto de Ciências Biológicas (ICB), Manaus, AM. Email: fabricera@gmail.com
O inseticida deltametrina (DT) é um piretróide amplamente usado na agricultura. O uso desordenado deste
químico pode contaminar os ecossistemas aquáticos de diversas formas, dentre elas, por meio da lixiviação e
escoamento superficial. O objetivo deste trabalho foi verificar o efeito de diferentes concentrações (0, 2, 3 e
4 μg L-1) de DT em parâmetros da descarga do órgão elétrico (DOE) de Microsternarchus cf. bilineatus no
tempo de exposição de três horas, e em seguida verificar se recuperação destes indivíduos expostos ao
inseticida, quando transferidos para uma água sem poluente. Foram coletados 40 espécimes de
Microsternarchus cf. bilineatus no igarapé Tapuru, no município de Novo Airão, a 180 km de Manaus. A DT
alterou os parâmetros das DOEs dos peixes na primeira hora de exposição em todas as concentrações. A Taxa
Média (Hz) foi o parâmetro que mais respondeu aos efeitos testados na análise. O efeito de diminuir a Taxa
Média foi maior na concentração de 3 do que na de 4 μg L-1. Esse padrão não linear de resposta ao inseticida
pode estar relacionado com a ativação de mecanismos de compensação fisiológica e bioquímica internos
destes peixes quando expostos a altas concentrações do poluente. Este efeito não linear não parece estar
associado a um efeito mais agudo da deltametrina na concentração de 3 μg L-1 do que na de 4 μg L-1, pois o
tempo de resposta foi menor para 4 μg L-1 do que para 3 μg L-1, indicando um efeito dose-dependente do
inseticida deltametrina.
Palavras-chave: Deltametrina, Descarga do órgão elétrico, Piretróide.
Apoio: Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).
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O cauxí na Amazônia: Um recurso biotecnológico e científico inexplorado
Gabriel Silva de Souza Nunes & Edinaldo Nelson Santos-Silva
Laboratório de Plâncton, Coordenação de Biodiversidade, Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), Manaus, AM. Email:
gssnunes@hotmail.com
Na Amazônia, as esponjas de água doce são popularmente conhecidas como ‘’Cauxí’ ou ‘’Cauixí’’. Sua
diversidade e presença nos rios e lagos da região são significativas. Para o avanço dos estudos sobre esses
organismos faz-se necessário sintetizar o estado da arte sobre o conhecimento das esponjas da Amazônia
brasileira, para identificar lacunas e necessidades de novas pesquisas. Portanto, o objetivo deste trabalho foi
realizar um amplo levantamento bibliográfico dos trabalhos publicados entre 1970 e 2019 acerca de esponjas
de água doce. Para isso foram utilizadas as seguintes palavras-chave em inglês e português: reshwater
sponges’’; “amazon sponges’’; “continental sponges’’; “cauxí’’; “gemmules’’, para buscas no World Porifera
Database, guia de classificação “Systema Porifera’, Web of Science, estudos realizados por pesquisadores
brasileiros e buscas no Google Scholar e Researchgate. Foram encontrados 1.011 trabalhos, dos quais 320
são em águas continentais brasileiras, sendo que destes, 116 na Amazônia. Dos amazônicos, 50 são
taxonômicos, 17 bioquímicos, 16 arqueológicos, 15 de importância médica, 7 paleontológicos, 6 de
distribuição geográfica, e apenas 3 ecológicos e 2 biotecnológicos. Torna-se evidente que estudos sobre
poríferos o ainda escassos na região amazônica, concentrados em aspectos taxonômicos e produzidos
majoritariamente por uma única pesquisadora. Há, desta forma, a necessidade de um conhecimento mais
abrangente sobre esses organismos, levando em conta o potencial biotecnológico e suas funções nos
ecossistemas. A participação destes organismos no bioma não deve ser negligenciada, e as esponjas devem
ser incluídas em todos os programas de monitoramento correntes e futuros.
Palavras-chave: Água doce, Esponjas amazônicas, Gêmulas, Levantamento bibliográfico, Poríferos.
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Avaliação de alterações oculares em boto-vermelho (Inia geoffrensis) de vida livre
Matheus Yuri dos Santos1; Rodrigo de Souza Amaral1; do Carmo, Nivia Aparecida Silva do Carmo2; Vera Maria
Ferreira da Silva2
1Instituto Federal De Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas, Campus Manaus Zona Leste (IFAM/CMZL), Manaus,
Amazonas, Brasil. Email: (MYS) santos.matheusyuri@gmail.com (autor correspondente), (RSA) rodrigo.amaral@ifam.edu.br
2Instituto Nacional de Pesquisas Da Amazônia (INPA), Manaus, Amazonas, Brasil. Email: (VMFS) tucuxi@inpa.gov.br, (NASC)
niviaasc@gmail.com
O boto-vermelho é uma espécie de golfinho fluvial endêmico dos rios da Amazônia. Habita rios e lagos de
água clara, preta e barrenta, com características físico-químicas diferentes. Assim, a espécie está exposta a
ambientes de alta turbidez, ricos em sedimentos, propiciando riscos de lesões oculares. O objetivo deste
trabalho foi descrever e quantificar as alterações oculares presentes em boto-vermelho de vida livre.
Registros fotográficos de olhos e anotações de campo sobre a condição ocular de 212 botos-vermelhos,
capturados em um programa de marcação e recaptura de longa duração entre os anos de 2010 a 2017, foram
avaliados. Destes, 27 indivíduos puderam ser analisados longitudinalmente por apresentarem dados de 2 a 4
recapturas, em um intervalo máximo de 7 anos. As alterações oculares observadas foram descritas e suas
prevalências determinadas. A alteração com maior incidência foi correlacionada e avaliada com sexo ou
classe etária (Teste Qui-quadrado). Observou-se uma alta prevalência de alterações oculares, sendo que
somente 25,3% dos animais avaliados apresentavam olhos saudáveis. Entre as alterações observadas a maior
incidência foi a de alterações de córnea (71,3%). Não foi observado relação das alterações de córnea entre
machos e fêmeas, classe etária ou interação entre estas variáveis (P>0,05). Na avaliação longitudinal
verificou-se a estabilidade de olhos saudáveis e com alterações, evolução da lesão inicialmente observada, e
regressão de anomalias. As causas destas alterações podem ser variadas, e estarem relacionadas com o
habitat da espécie. Entretanto, apesar da elevada prevalência, aparentemente as alterações oculares não
interferem nos hábitos de vida da espécie.
Palavras-chave: Olhos, Patologia, Cetáceos, Ceratopatia, Catarata.
Apoio: INPA, CNPq, AMPA.
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A identidade de Smicridea (Smicridea) aequalis Banks, 1920 (Trichoptera: Hydropsychidae:
Smicrideinae)
Vitória Santana da Silva1; Gleison Robson Desidério Gomes2; Érica Silva Pereira1; Ana Maria Oliveira Pes2 & Neusa
Hamada2
¹Programa de Iniciação Científica, Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), Manaus, AM. Email:
vsantana.ento@gmail.com; pereira.ento@gmail.com.
²Programa de Pós-graduação em Entomologia, Coordenação de Biodiversidade, Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia
(INPA), Manaus, AM. Email: gleysonbio@gmail.com; anampes@gmail.com; neusaha@gmail.com.
Smicridea é bastante diverso no neotrópico com 236 espécies válidas agrupadas em dois subgêneros: S.
(Smicridea) e S. (Rhyacophylax). Smicridea (S.) aequalis foi descrita em 1920 por Banks com base em
apenas um espécime de Bartica, Guiana. Em 1967, Flint reilustrou a genitália masculina do holótipo, em
1974 esse autor registra a espécie para o Suriname e, em 1978, para o Brasil (Pará). Entretanto, as descrições
e ilustrações fornecidas ainda são sucintas e pobres em detalhes. Nesse sentido, os objetivos deste estudo são
redescrever e reilustrar o macho de S. aequalis e descrever e ilustrar pela primeira vez a fêmea, larva e pupa.
A associação entre adultos e imaturos foi feita através do método de metamorfótipo e entre machos e fêmeas
pela coleta de espécimes em cópula. A identificação do material analisado foi certificada por meio de
comparação com fotografias do holótipo, depositado no Museum of Comparative Zoology, Harvard
University, EUA. Para observação da genitália masculina, esta foi destacada do corpo e diafanizada com
KOH 10% aquecido. A redescrição completa de S. aequalis, incluindo a reilustração do macho foi realizada.
Além disso, a fêmea, larva e pupa dessa espécie foram descritas e ilustradas. Adicionalmente, foram
fornecidos novos registros de distribuição da espécie para o Brasil. Portanto, a adição de novos caracteres no
estágio adulto e o conhecimento taxonômico sobre os estágios imaturos tornam a identidade de S. aequalis
clara, facilitando seu reconhecimento e uso em programas de biomonitoramento, visto sua ampla distribuição
nos biomas Amazônia, Caatinga e Cerrado.
Palavras-chave: Insetos aquáticos, Dimorfismo sexual, Estágios imaturos, Taxonomia.
Apoio: CNPq
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A distância do local de pesca influencia no rendimento pesqueiro?
Giulia Cristina dos Santos Lopes1 & Carlos Edwar de Carvalho Freitas2
1Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), Programa de Pós-Graduação em Biologia de Água Doce e Pesca Interior,
Manaus, AM. E-mail: giuliacristinaa@gmail.com (autor correspondente)
2Universidade Federal do Amazonas (UFAM), Departamento de Ciências Pesqueiras, Manaus, AM. E-mail: freitasc50@gmail.com
A extensão da área de inundação e o regime hidrológico o os principais fatores que influenciam no
rendimento pesqueiro de águas interiores. Porém, através de análises espaciais foi observado que a forma e
conexão dos ambientes também influenciam na Captura por Unidade de Esforço (CPUE). Considerando isso,
foi verificado se a distância do local de pesca até o porto de desembarque influencia na CPUE. Foram
utilizados registros de desembarque pesqueiro e as coordenadas dos locais de pesca de Iranduba. Através do
software QGis (versão 2.18) calculamos as distâncias em linha reta do local de pesca ao porto de
desembarque. A CPUE foi calculada dividindo a captura pelo esforço (número de pescadores multiplicado
pelos dias de pesca). Foram definidos dois períodos hidrológicos conforme as cotas do vel do rio da
Agência Nacional de Águas. Utilizando o software R (versão 3.6) foram realizadas regressões lineares com
os dados de distância e CPUE para os dois períodos. Foram registrados 16 e 12 locais de pesca em águas
altas e baixas, respectivamente. Em águas altas a maior CPUE foi verificada na Vila do Janauacá e em águas
baixas na praia do Manaquiri. As distâncias dos locais de pesca não influenciaram a CPUE em águas altas,
porém em águas baixas a distância influenciou no rendimento pesqueiro (R2= 0,72 e p<0,05). Possivelmente
isso ocorreu devido aos locais próximos aos centros urbanos tornarem-se indisponíveis para a pesca na seca
ou devido a escassez dos recursos pesqueiros perto de cidades que podem levar a busca por locais mais
preservados.
Palavras-chave: CPUE, Iranduba, Análise Espacial.
Apoio: CAPES.
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A moratória da piracatinga (Calophysus macropterus, Siluriformes: Pimelodidae) está sendo
cumprida?
Diego Mavignieur Cajueiro de Albuquerque¹; Vera Maria Ferreira da Silva2; Jacqueline da Silva Batista3
1Biotecnologia e Recursos Naturais da Amazônia/ Universidade do Estado do Amazonas. Email: mavignieur@gmail.com.
2Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia. Email: vmfdasilva@gmail.com.
3Pós Graduação em Genética, Conservação e Biologia Evolutiva (GCBEV) do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA).
Email: jac@inpa.gov.br.
A piracatinga (Calopsysus macropterus) foi um importante recurso pesqueiro nos últimos 15 anos,
processado por frigoríficos do Estado do Amazonas para fraude alimentar. Nesse mesmo período, algumas
centenas de cetáceos amazônicos foram usados como iscas para a pesca da piracatinga. Assim, essa
pesca está correlacionada com a diminuição na taxa de sobrevivência destes cetáceos. Em 2015, a moratória
da piracatinga entrou em vigor por cinco anos, visando a proteção das populações desses golfinhos. Mas será
que a moratória, está sendo cumprida? Foi, aplicada a metodologia do DNA barcoding em filés de peixes de
13 pacotes apreendidos em 2017 pela Agência de Defesa Agropecuária e Florestal da Amazônia (ADAF),
oriundos de seis frigoríficos de peixes do Amazonas. Foram geradas 93 sequências de DNA barcode (COI) e
por meio dos bancos de dados do sistema BOLD e NCBI, realizamos as identificações moleculares.
Posteriormente, a análise de Neighbor-Joining (NJ), com modelo de substituição nucleotídica Kimura-2-
parâmetros (K2P), foi realizada com as sequências de COI geradas e de sequências previamente identificadas
de espécies utilizada em fraude alimentar na Amazônia, para dar suporte a identificação molecular. Dos seis
frigoríficos, cinco descumpriram a moratória da piracatinga. Dez pacotes foram identificados como fraude
alimentar e sete foram identificados como piracatinga (36% da amostragem submetido a certificação
molecular). Neste estudo, o DNA barcoding se mostrou eficiente para identificar amostras de filés de peixes
amazônicos apreendidos pela ADAF, evidenciando que a moratória da piracatinga foi desrespeitada durante o
seu vigor.
Palavras-chave: DNA barcode, fraude alimentar, Calophysus macropterus.
Apoio: MCTIC-INPA, CAPES, Projeto Pirada, AMPA.
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Estrutura e dinâmica de microcrustáceos planctônicos num lago de água preta durante a
enchente do rio Negro
Sophia Andrade Raid; Irislane de Oliveira Nascimento & Matheus Silva
Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), Laboratório de Plâncton, Manaus, AM. E-mail: projetobiotupe@gmail.com;
matheus1997silvasp@gmail.com.
Na Amazônia, dependendo das fases do regime fluvial dos grandes rios, os lagos das suas planícies aluviais
ficam ora isolados ou conectados aos rios principais, portanto, as características bióticas e abióticas de suas
águas são modificadas. Existem estudos que avaliaram estas características durante todas as fases do regime
de alguns desses rios. Avaliar o efeito imediato da entrada da água sobre os organismos que habitam estes
lagos permanece desconhecido. Para este objetivo, verificou-se a riqueza, densidade e abundância de
cladóceros e copépodas a fim de analisar a influência deste fenômeno. Coletas foram realizadas diariamente
de janeiro a março de 2011, abrangendo período imediatamente anterior e posterior à entrada da água no lago.
Coletas foram realizadas em três locais do lago Tupé com rede de plâncton (55μm de malha) de 20
centímetros. As amostras foram fixadas com formalina (6%), triadas e os organismos identificados e
contabilizados com auxílio de microscópio estereoscópio. Foram encontradas 14 espécies de copépodes e 9
de cladóceros, sendo Diaptomidae (9) mais representativa entre os copépodas e Bosminidae (3) entre
cladóceros. A riqueza de ambos grupos permaneceu constante. Para cladóceros, densidade e abundância
apresentaram variação maior após a entrada da água no lago, todavia, densidade e abundância de copépodas
foi maior antes da entrada, porém o número de náuplios diminuiu com a passagem da água. Sugere-se que
com a entrada da água no lago, a densidade de cladóceros aumentou pela maior concentração de itens
alimentares na água, mas copépodas reduzem sua reprodução nesse período, por aumento de predação neles.
Palavras-chave: Microcrustáceos, Zooplâncton.
Apoio: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA) e Fundação de Amparo de Pesquisas do Estado do
Amazonas (FAPEAM).
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Environmental DNA applied to early endoparasite detection on tambaqui farming
Halley Kelson da Costa Soares1; Adolfo José da Mota2 & Edinaldo Nelson dos Santos Silva1
1Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), Laboratório de Plâncton, Manaus, AM.
Email: halleysoares85@gmail.com; projetobiotupe@gmail.com
2Universidade Federal do Amazonas (UFAM), Laboratório de Biotecnologia e Biodegradação, Manaus, AM.
Email: ajmota@ufam.edu.br
Every year fish farming diseases respond for 102 billion dollars in losses worldwide, mostly due to
limitations in early pathogen detection. Environmental DNA (eDNA) arrives as a tool worldwide used by its
capacity to monitor and detect the organism’s presence. On tambaqui’s farming Neoechinorhynchus
buttnerae (Acanthocephala) is the bottleneck. Neoechinorhynchus buttnerae is an endoparasite with no free
life stages and require an intermediate host in its lifecycle, the Cypridopsis vidua (Ostracoda). Tambaqui
(Colossoma macropomum) is the second most farmed fish in Brazil, thrived by its qualities (high resistance
and productivity, market demand and low-cost production). The study’s goal is to develop a molecular tool
able to detect pathogens even in a low parasite density environment. Gene sequences for N. buttnerae aren’t
available on global platforms (INSDC), what is fundamental to develop eDNA species-specific primers and
probes protocol. So, the project first step was to determine the 18S (SSU) and 28S (LSU) rDNA sequences.
Total DNA was extracted with Phenol, chloroform, isoamyl alcohol protocol. The genes were amplified by
PCR using ten pairs of primers, two for SSU and eight for LSU rDNA. The amplicons were sequenced by
Sanger´s method, however, some showed mixed sample patterns, suggesting a pool of DNA. The in silico
primers analysis suggests some primer pair can amplify the tambaqui´s DNA, thus, considering that parasite
can harbor some of the host intestine epithelial cells, the result obtained is explained. Prep results show that
endoparasites should pass through decontamination processes before DNA extraction, avoiding any DNA
simultaneous extraction.
Keywords: Diseases detection, Fish farming, Environmental DNA, Amazonia, PCR
Apoio: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA) e Fundo de Amparo à Pesquisa na Amazônia (FAPEAM).
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Relação peso-comprimento, fator de condição e índice gonadossomático do curimatã
(Prochilodus nigricans) vendidos em feiras do município de Parintins, Amazonas
Lissandra Viana Meireles1 & Adailton Moreira da Silva2
1Universidade do Estado do Amazonas (UEA), Centro de Estudos Superiores de Parintins (CESP), Parintins, AM.
Lvm.bio17@uea.edu.br
2Universidade do Estado do Amazonas (UEA), Centro de Estudos Superiores de Parintins (CESP), Parintins, AM.
Admsilva@uea.edu.br
A pesca é uma das atividades mais tradicionais na região amazônica, responsável pelo sustento econômico de
muitos ribeirinhos. Dentre as espécies mais visadas do comercio pesqueiro encontra-se o curimatã
(Prochilodus nigricans) pertencente à família Prochilodontidae, por sua grande importância é necessário
determinar os parâmetros biológicos dessa espécie para melhor monitoramento. Assim, as seguintes
informações foram calculadas: relação peso-comprimento, fator de condição e índices gonadossomáticos. Os
exemplares obtidos nas feiras do município passaram por análise biométrica, os dados foram utilizados para
estimar a relação peso-comprimento através da expressão P=a.Cb; o fator de condição relativo (Kn)
determinado pela fórmula Kn= Pr/Pe; o índice gonadossomático para ambos os sexos utilizando a equação
IGS = (Wgonada/Wtotal) x 100. Foram coletados no total de 73 exemplares, 19 machos e 54 fêmeas,
realizou-se uma comparação entre as medias dos incides biométricos e aplicação do t(α<0,05) por sexo
influenciado pelo ciclo hidrológico do rio Amazonas, mostrando não haver diferença para ambos os sexos
nos períodos de seca e cheia, p>0.05%. A relação peso-comprimento analisada durante a época da seca e
cheia respectivamente apresentou uma correlação entre as variáveis apresentando o coeficiente de relação de
R=0,75 e R= 0,72 e seu coeficiente angular (b)= 1,49 e (b)= 2,4; apresentando um crescimento alométrico
negativo. Por meio do fator de condição foi possível observar dois picos, mês de setembro e maio que é
influenciado pelo período reprodutivo. O acompanhamento do índice gonodossomático apresentou pico no
mês de março e queda em maio. Essa espécie apresenta um grande investimento na reprodução
principalmente no seu metabolismo, crescimento corporal e maturação gonadal expressivos.
Palavras-chave: Crescimento, Monitoramento ambiental, Pesca, Reprodução.
Apoio: PIBCIT UEA
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Abundância e densidade das larvas de peixes e sua relação com nível das águas na confluência
dos rios Solimões e Negro e no lago Catalão, Amazonas-Brasil
Eduardo dos Reis Paes1; Sthefanie do Nascimento Gomes de Souza2 & Rosseval Galdino Leite1
1Laboratório de Ictioplâncton, Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia, Manaus, AM. E-mail: edurpaes@gmail.com,
rosseval@gmail.com
2Grupo de Ecologia, Monitoramento e Uso Sustentável de Áreas Úmidas (MAUA/CODAM), Instituto Nacional de Pesquisas da
Amazônia, Manaus, AM. E-mail: sthefaniegsouza@gmail.com
Avaliou-se a desova de peixes em ambiente fluvial e lacustre através da abundância do ictioplâncton em
intervalos de cota de 2 em 2 m de acordo com o ciclo dos rios. Para coleta, utilizou-se uma rede tipo cônico-
cilíndrica com um fluxímetro acoplado para registrar o volume de água e assim calcular a densidade de
larvas/10 m3. Observou-se que a assembleia de Characiformes migradores realiza um escalonamento de
desova no rio Solimões com maior densidade de larvas/10 m3 entre as cotas de 20 a 26 m. Branquinhas
(Curimatídeos) e jaraquis (Semaprochilodus spp.) realizam uma única desova entre as cotas de 21 a 23 m.
Sardinhas (Triportheus auritus e T. elongatus) e pacu (Mylossoma spp.) desovam de forma parcelada nas
cotas de 18 a 20 m e 21 a 19 m na vazante. Os aracús (Anostomídeos e Hemiodontídeos) iniciam a desova
antes das branquinhas na cota de 19 m. No lago Catalão, constatamos a desova de Clupeiformes com a
presença de ovos na cota de 19 m e de Triportheus albus (Characidae) e Plagioscion squamosissimus
(Scianidae, Perciformes) nas cotas de 19 a 21 m. No rio Solimões, ocorre uma intensa desova de
Clupeiformes (ANOVA One-way F=3,79; df=35 p=0,0001966) entre as cotas de 18 e 16 m. Conclui-se que,
através das cotas, é possível estimar com mais precisão o local e a época da desova dos peixes na Amazônia,
gerando informações que podem servir de base para criação de estratégias e subsidiar programas de defeso
mais abrangentes visando a conservação e preservação das espécies.
Palavras-chave: Ictioplâncton; cota do rio; desova; peixes migradores; recursos pesqueiros.
Apoio: Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).
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Ecossistemas aquáticos amazônicos, uma breve introdução ao ensino médio: Relato de
experiência
Marcela Rayane Rabelo Carvalho & Hiléia Monteiro Maciel Cabral
Universidade do Estado do Amazonas (UEA), Escola Normal Superior, Manaus, AM.
A água é um elemento essencial para o funcionamento dos ecossistemas e da vida, contribuindo com a
formação e dinâmica dos solos e do clima. Os ecossistemas aquáticos em geral apresentam certas
características que lhes conferem várias peculiaridades e, no Amazonas, existem grandes diferenças químicas
entre as águas brancas/barrentas, pretas e claras. Integrado ao conteúdo de Ecologia, o tema “Ecossistemas
Aquáticos” é abordado, dando assim a oportunidade de que os ecossistemas aquáticos amazônicos sejam
colocados em evidência. Considerando que a diversificação de atividades e de recursos didáticos contribuem
para motivar os estudantes, possibilitando atender a distintas necessidades e interesses dos alunos, esse relato
tem como objetivo apresentar uma aula que possibilite conhecer e compreender os tipos de ecossistemas de
água doce da região amazônica, através de uma aula teórico-prática aplicada para a turma do terceiro ano do
ensino médio da Escola Estadual Professora Ondina de Paula Ribeiro, localizada na zona Sul de Manaus,
com o auxílio de descrições feitas verbalmente e no quadro branco, seguida de observação de amostras de
água de diferentes partes da cidade, para a visualização de microrganismos, com o auxílio de microscópios.
Foi realizada também a observação de plantas aquáticas. Ao final, foi aplicado um questionário onde os
alunos deveriam reproduzir o que aprenderam, todos responderam as questões corretamente. Observou-se
que a utilização de atividade prática estimulou os alunos presentes a participarem da aula e compreender
melhor o tema.
Palavras-chave: Ecossistemas, Tipos de água, Amazonas, Prática.
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Uso de plantas ornamentais em jardins flutuantes artificiais no Lago Amazônico do INPA
Gabriel Caldas da Costa1; Maria Teresa Fernandez Piedade2 & Layon Oreste Demarchi3
1Universidade do Estado do Amazonas (UEA) Curso de Ciências Biológicas, Manaus, AM. Email: gcdc.bio16@uea.edu.br (autor
correspondente)
2Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), Coordenação de Dinâmica Ambiental, Manaus, AM. Email:
maua.manaus@gmail.com
³Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), Coordenação de Dinâmica Ambiental, Manaus, AM. layon.lod@gmail.com
O Lago Amazônico do INPA recebe aportes de água com diferentes concentrações de nutrientes ao longo do
ano, o que contribui para a proliferação de macrófitas aquáticas que o colonizam e elimina seus atributos
ornamentais e de beleza. Visando melhorar as condições de embelezamento e a qualidade da água deste lago,
nosso objetivo foi selecionar plantas aquáticas de valor ornamental, cultivá-las no lago amazônico em forma
de jardins flutuantes artificiais e determinar as taxas de crescimento desses jardins e de remoção necessárias,
como os parâmetros físico-químicos associados. O experimento foi realizado em 100 m² de espelho da água.
Em campo, selecionamos quatro espécies de plantas aquáticas ornamentais Eichhornia crassipes, Ludwigia
helminthorrhiza, Ceratopteris pteridoides e Neptunia oleraceae. Construímos os jardins utilizando paletes de
madeira, garrafas PET e substratos de fibra de coco e caroços de açaí. Os parâmetros analisados foram:
temperatura, pH, condutividade elétrica e oxigênio dissolvido. Dentre as plantas selecionadas, três delas (E.
crassipes, L. helminthorrhiza, C. pteridoides) se adequaram ao sistema de jardins e tiveram desenvolvimento
inicial considerável. Quanto aos parâmetros analisados, não conseguimos associar os resultados obtidos com
a implantação dos jardins, devido a interferências ambientais como pisoteamento de quelônios e a
proliferação de macrófitas aquáticas no lago amazônico que interferiram na análise de crescimento das
plantas. Os jardins flutuantes artificiais se mostraram uma alternativa de baixo custo para o melhoramento da
paisagem e de fácil controle de crescimento de plantas. Recomendamos para trabalhos futuros, um local
controlado, com menor perturbação decorrente da presença de fauna confinada.
Palavras-chave: Eutrofização; Lagos artificiais; Paisagismo.
Apoio: CNPq e Grupo MAUA.
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Riqueza de espécies nas categorias tróficas em dois habitats: floresta alagada e área aberta no
complexo de lagos do Catalão Amazonas, Brasil
Gisellen Mc Comb Lima1; André Ribeiro Martins1; Chiara Lubich Cardoso Furtado1; Davi Pontes de Oliveira1; Tomaz
Lima Gualberto1 & Flavia Kelly Siqueira de Souza2
1Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA, Manaus, AM. Email: gisellenmccomb@gmail.com
2Universidade Federal do Amazonas (UFAM), Departamento de Ciências Pesqueiras, Manaus, AM.
Os peixes da Bacia Amazônica são submetidos a intensas mudanças sazonais. Com o aumento do nível do
rio ocorre o transbordamento lateral, favorecendo a exploração de vários habitats, ampliando, por exemplo, a
disponibilidade de recursos. Neste sentido, o estudo testou a seguinte hipótese: A riqueza de espécies nas
categorias tróficas amostradas na floresta alagada é superior à da área aberta. O estudo foi realizado no
complexo de lagos do Catalão, entre os dias 27 de julho e 01 de agosto de 2018. Os peixes foram capturados
com auxílio de malhadeiras, sendo dispostas nos dois habitats, de 16:00 às 20:00h. Os peixes foram
agrupados em categorias tróficas de acordo com literatura. Para verificar diferenças na riqueza de espécies
nas categorias tróficas entre os dois habitats foi realizado teste U de Mann-Whitney. Foram coletados 354
indivíduos, distribuídos em quatro ordens, 15 famílias, 52 espécies e oito categorias tróficas. A categoria
onívora apresentou maior contribuição de riqueza de espécies, 27% sendo a única que apresentou diferença
na riqueza entre os habitats (U = 30,5, p = 0,046). Os piscívoros e carnívoros contribuíram com 17% e 15 %
da riqueza de espécies coletadas, respectivamente. Detritívoros somaram 11%, insetívoros e
detritívoros/perifitívoros 10%. Planctívoros e herbívoros agruparam 10% das espécies. A maior riqueza de
onívoros encontrada na floresta alagada está relacionada à disponibilidade de micro-habitat e recursos
alimentares existente no hábitat, que estabelece oportunidade para vários nichos ecológicos. Destaca-se desta
forma, a importância da floresta alagada para as espécies principalmente do grupo de onívoro.
Palavras-chave: Nicho trófico, várzea, Amazônia.
Apoio: INPA; FAPEAM.
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Revisão taxonômica de Scobinancistrus Isbrücker & Nijssen, 1989 (Loricariidae:
Hypostominae)
Mateus Santana Chaves1; Renildo Ribeiro de Oliveira3; Leandro Melo de Sousa2 & Lúcia H. Rapp Py-Daniel3
1Programa de Pós-Graduação em Biologia de Água Doce e Pesca Interior Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA),
Manaus, AM. Email: mateussantana58@gmail.com
2Universidade Federal do Pará (UFPA), Faculdade de Ciências Biológicas, Laboratório de Ictiologia de Altamira, Altamira, PA.
3Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), Coleção de Peixes, Manaus, AM.
O gênero Scobinancistrus está distribuído em rios do escudo brasileiro e é representado atualmente por duas
espécies: S. pariolispos (ocorrendo nos rios Tapajós, Xingu e Tocantins) e S. aureatus (apenas no Xingu).
Pode ser diferenciado de todos os outros Ancistrini por possuir no máximo 5 dentes no dentário e pré-maxilar,
sendo os dentes do dentário duas vezes maiores que os pré-maxilares. Por se tratar de um gênero com uma
situação insatisfatória do conhecimento taxonômico sobre a real diversidade de espécies, bem como os
limites de distribuição das espécies, o objetivo deste trabalho foi revisar taxonomicamente o gênero. Para
tanto, foram analisados caracteres morfométricos (36), merísticos (14), além do padrão de coloração. Foram
analisados 439 exemplares dos quais 286 foram medidos. Com base no extenso material analisado, foi
possível o reconhecimento de quatro espécies, sendo duas novas para a ciência. Foi possível demonstrar,
através das análises morfométricas, as diferenças morfológicas entre os 4 taxa. Portanto, no presente trabalho,
estamos propondo que, além das duas espécies válidas (S. aureatus e S. pariolispos), o gênero
Scobinancistrus possui duas novas espécies (Scobinancistrus sp. n. “tubarão” e Scobinancistrus sp. n.
“focinho longo”). As duas novas espécies estão restritas a bacia do rio Xingu, um dos principais tributários
de águas claras do rio Amazonas, que vem sendo impactado pela UHE Belo Monte, principalmente os peixes,
em especial as espécies reofílicas. A bacia do rio Xingu compreende todas as espécies do gênero. As novas
espécies encontradas no presente estudo estão em fase de descrição.
Palavras-chave: Conservação ambiental, Corredeiras, Espécies reofílicas, rio Xingu.
Agências financiadoras: iXingu Project e FAPEAM.
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Biomarcadores de genotoxicidade e concentração de metalotioneínas em Aequidens pallidus
(Cichliformes: Cichlidae) submetidos a exposição in situ em igarapés urbanos
Lídia Aguiar da Silva1, Ândrocles Oliveira Borges2, Hélio Beltrão dos Anjos3 Fabíola Xochilt Valdez Domingos-
Moreira1
1Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), Programa de Pós-Graduação em Biologia de Água Doce e Pesca Interior
(PPGBADPI), Manaus, AM. E-mail: lidiasilva.ag@gmail.com
2Universidade do Estado do Amazonas (UEA), Programa Multicêntrico de Pós-Graduação em Bioquímica e Biologia Molecular
(PMBqBM), Manaus, AM. E-mail: androclesborges@gmail.com
3Universidade Federal do Amazonas (UFAM), Programa de Pós-Graduação em Ciências Pesqueiras nos Trópicos (PPGCIPET),
Manaus, AM. E-mail: heliodosanjos@gmail.com
Biomarcadores são características mensuráveis de organismos que respondem a mudanças no ambiente.
Alterações no material genético dos peixes podem ser evidenciadas por meio da ocorrência de micronúcleos
(MN) e anormalidades nucleares eritrocíticas (ANEs). Níveis elevados de metalotioneínas (MTs), proteínas
que atuam na regulação dos metais, são indicativos da exposição a este grupo de poluentes. Este estudo
buscou responder se parâmetros genotóxicos e concentrações de metalotioneínas no fígado do peixe
Aequidens pallidus são influenciados pela exposição à água igarapés urbanos. Quarenta indivíduos de A.
pallidus foram coletados e aclimatados. Após aclimatação, dez peixes foram eutanasiados para as análises.
Os restantes foram distribuídos igualmente e submetidos a exposição in situ nos igarapés localizados no
bairro Nova República, UFAM e INPA III por 7 dias. Esfregaços sanguíneos foram corados com Giemsa e
posteriormente foram analisadas 2000 células por indivíduo para identificação e quantificação de MN e
ANEs. Para determinação das concentrações de MTs no fígado foi adotado protocolo com vinte etapas
usualmente utilizado. Nos eritrócitos foram observados MNs e núcleos riniformes, segmentados, lobados e
vacuolados. A ocorrência de MN e ANEs foi similar nos peixes do presente estudo (p>0,05). A concentração
de metalotioneínas foi significativamente menor nos peixes da aclimatação do que nos peixes expostos no
igarapé da UFAM (p=0,023) e do INPA III (p=0,008). Os resultados indicam a ocorrência de alterações, no
entanto, outras análises estão em andamento e o conjunto de resultados permitirá uma melhor avaliação da
influência da água dos igarapés sobre a saúde dos peixes.
Palavras-chave: Anormalidades nucleares eritrocíticas, Ecotoxicologia, Micronúcleo, Peixes, Poluição urbana.
Apoio: CAPES, CNPQ e FAPEAM.
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Parâmetros hematológicos do tambaqui (Colossoma macropomum) em sistemas de
pisciculturas do município de Presidente Figueiredo, Amazonas
Adriano Teixeira de Oliveira1; Maria Fernanda da Silva Gomes1; Ariany Rabello da Silva Liebl2; Neiana Pereira
Anselmo2; Antônia Jaqueline Vitor de Paiva1; Flávia Dayane Felix Farias2; Marcio Quara de Carvalho Santos2 & Paulo
Henrique Rocha Aride1
1Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas (IFAM), Campus Manaus Centro, AM. E-mail:
adriano.oliveira@ifam.edu.br
2Universidade Federal do Amazonas (UFAM), Programa de Pós Graduação em Ciências Pesqueiras nos Trópicos (PPG-CIPET),
Manaus, AM.
Os intervalos hematológicos são necessários para determinar o limite entre as condições de saúde e doença.
Esse trabalho objetivou descrever os parâmetros hematológicos do tambaqui Colossoma macropomum de
sistemas de pisciculturas de Presidente Figueiredo, Amazonas. Um total de 24 espécimes de tambaqui C.
macropomum oriundos de duas pisciculturas foram amostrados, o sangue foi coletado por punção caudal, os
procedimentos de determinação hematológica foram determinados de acordo com a metodologia descrita. Os
animais apresentaram (média ± desvio padrão) do comprimento total (20,3 ± 2,5 cm) e peso corpóreo (110,0
± 5,9 g). Os valores do hematócrito foram de 30,7 ± 1,5%. A concentração de hemoglobina foi de 5,8 ± 2,3
g/dL e os da contagem de eritrócitos circulantes foram de 1,8 ± 0,4x106/µL, o Volume Corpuscular Médio
(VCM) foi de 152,1 ± 26,8 fL, a Hemoglobina Corpuscular Média (HCM) foi de 30,9 ± 10,6pg e a
Concentração de Hemoglobina Corpuscular Média (HCM) foi de 23,9 ± 3,8 g/dL. Os valores do leucograma
e trombograma foram: trombóticos (1406 ± 1564 µL), leucócitos (4720 ± 3648µL), linfócitos (2300 ± 2029
µL), monócitos (1780 ± 1730 µL), heterófilos (936 ± 611µL) e os basófilos (131 ± 147 µL). Os parâmetros
da bioquímica plasmática foram: glicose (26,4 ± 10,2 mg/dL), triglicerídeos (0,6 ± 0,2 mmol/L), colesterol
(1,3 ± 0,6 mmol/L), proteínas totais (0,9 ± 0,3 g/dL) e uréia (0,6 ± 0,7 mmol/L). Os peixes de pisciculturas
de Presidente Figueiredo apresentam indicadores hematológicos similares a tambaqui de outras localidades,
indicando boas condições de saúde.
Palavras-chave: Cativeiro, Fisiologia, Saúde.
Apoio: IFAM.
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Prevalência de peixes jovens em atratores seminaturais
Silvia Imaculada Barros da Rocha1; Tiago Henrique da Silva Pires2; Sidneia Aparecida Amadio1 & Cláudia Pereira de
Deus3
1Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), Laboratório de Dinâmica Populacional de Peixes, Manaus, AM. Email:
silviabarros.sb@gmail.com; sidamadioinpa@gmail.com
2Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), Laboratório de Ecologia Comportamental e Evolutiva (LECE), Manaus, AM.
Email: thspires@gmail.com
3Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), Laboratório de Ecologia de Peixes, Manaus, AM. Email:
claudiapereiradedeus@gmail.com
Estruturas rígidas flutuantes, naturais ou artificiais, funcionam como atratores de peixes, que as utilizam
como abrigo, fonte de alimento ou até mesmo como locais para reprodução. Os atratores podem representar
tanto locais de visitação perenes quanto abrigo potencial para a estruturação de uma assembleia em que a
interação entre os indivíduos molda a composição local. A capacidade de atratores em manter uma
assembleia de peixes depende da área coberta pelos atratores, da presença de alimentos, do período
hidrológico e do tempo, que a montagem de assembleias locais ocorre de maneira progressiva. Nesse
trabalho, nós realizamos um experimento de campo durante a cheia em um lago de várzea da Amazônia
Central (Lago Catalão) para avaliar como peixes utilizam atratores durante o período de águas altas. Criamos
atratores seminaturais, utilizando cordas de sisal e padronizamos seus tamanhos e a distância em relação à
fonte, e a quantidade de perifíton (alimento) disponível. Coletamos peixes em intervalos de 5, 15 e 30 dias.
Não houve formação de uma estrutura de comunidade, uma vez que a composição não se mostrou diferente
ao longo do tempo e não houve indícios de que interações interespecíficas moldaram a composição. Portanto,
nossos resultados indicam que os atratores foram utilizados temporariamente. Uma vez que a maior parte dos
peixes eram representados por jovens, nossos resultados indicam que, em um período de alta oferta de abrigo
e alimento (cheia), a procura ativa de novos locais ocorre nas fases iniciais do desenvolvimento, com o
intuito de encontrar novas fontes de alimentos.
Palavras-chave: Amazônia, Estrutura de comunidade, Lago de várzea, Montagem de comunidade.
Apoio: Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (FAPEAM) Projeto Catalão.
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O aquecimento global pode aumentar o apetite do tambaqui (Colossoma macropomum (Cuvier,
1816))
Mayara Cristina Moraes de Lima1; Talita Laurie Lustosa do Carmo2 & Adalberto Luis Val 3
1 Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), Laboratório de Ecofisiologia e Evolução Molecular (LEEM), Manaus, AM.
maycmdl@gmail.com
2 INPA, LEEM, Manaus, AM. talaluca1@gmail.com
3 INPA, LEEM, Manaus, AM. dalval.inpa@gmail.com
Nos últimos 100 anos, a concentração atmosférica de gases causadores do efeito estufa tem aumentado
significativamente. Previsões do Painel Intergovernamental sobre Mudanças climáticas IPCC (2014)
indicam aumento de até 850 ppm de CO2 e 4,5 °C de temperatura na atmosfera nos próximos 80 anos. Esses
efeitos também atingirão os corpos d’água, podendo afetar a regulação da ingestão alimentar e do
metabolismo energético dos organismos aquáticos, fundamentais para o sucesso reprodutivo e a
sobrevivência dos mesmos. Para verificar se vão afetar ou não, avaliamos o efeito das mudanças climáticas
sobre a expressão do gene colecistoquinina (CCK) de tambaqui, espécie de grande importância econômica na
Amazônia. O estudo foi realizado com dezoito juvenis de Colossoma macropomum no Laboratório de
Ecofisiologia e Evolução Molecular (LEEM). Os animais foram submetidos a duas salas climatizadas com
controle de temperatura, CO2, umidade e luminosidade por 14 dias. Uma das salas reflete as condições
ambientais atuais e a outra sala simula condições ambientais extremas previstas pelo IPCC para o ano de
2100. Após o período experimental pré-determinado, a expressão gênica da colecistoquinina (CCK), um
peptídeo anorexígeno, foi medida. O presente estudo mostrou a diminuição da expressão de transcritos do
gene da colecistoquinina, sugerindo que o apetite dos animais aumentou para suprir uma maior demanda
energética, possivelmente devido ao descontrole metabólico existente. Portanto, com base na expressão desse
gene, sugerimos que as mudanças climáticas podem afetar o crescimento do tambaqui.
Palavras-chave: Colescistoquinina, regulação endócrina, mudanças climáticas, metabolismo.
Apoio: INCT ADAPTA, CAPES, CNPq, FAPEAM.
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Não existe barreira de troca gasosa na região da cloaca de tartarugas da Amazônia:
evidências morfométricas
Nicolas Correa Viana1 & Wallice Paxiúba Duncan2
1Universidade Federal do Amazonas (UFAM), Faculdade de Ciências Agrárias (FCA) Manaus, AM. Nicolas.correa000@gmail.com
2Universidade Federal do Amazonas (UFAM), Instituto de Ciências Biológicas (ICB) Manaus, AM. wlpduncan@gmail.com
Tem sugerindo-se que algumas espécies de tartarugas de regiões temperadas realizam trocas gasosas do
oxigênio dissolvido na água pela cloaca, em períodos de inatividade. Contudo, não se sabe se espécies
amazônicas como Podocnemis unifilis e P. sextuberculata possuem essa mesma adaptação. Assim, o objetivo
deste estudo foi avaliar se estas espécies realizam trocas gasosas pelo epitélio cloacal. Foram utilizadas
seções transversais da cloaca processadas histologicamente e a barreira de troca gasosa foi mensurada em
neonatos de tracajá (P. unifilis, n=10) e Iaçá (P. sextuberculata n=10) provenientes de ambiente natural
(SISBIO-19.323/2011, CEUA-030/2015). As lâminas histológicas foram utilizadas para estimar a distância
do comprimento da interface do epitélio-lúmen da cloaca até os vasos sanguíneos localizados na lâmina
própria. As distâncias foram estabelecidas aleatoriamente a partir de um Grid de Merz. A barreira de troca
gasosa foi calculada como sendo 2/3 da média harmônica (2/3Ƭht). A vascularização foi estimada por meio
da densidade ou volume de Delesse (a proporção de vasos dentro da área de referência). A distância do
lúmen-vaso em P. unifilis foi de 30,3μm ± 24,7μm. A densidade de vasos encontrada na lâmina própria da
cloaca foi de 11,18%. Em P. sextuberculata a distância lúmen-vaso estimada foi 30,6μm ± 30,8μm. Nessa
espécie a proporção de vasos foi de 15,64%. Em comparação com outros animais, o epitélio cloacal destas
espécies não possui características morfofuncionais de um órgão respiratório. Apesar da elevada
vascularização, a espessura lúmen-vaso não parece permitir eficiente troca gasosa. Portanto, sugere-se que
essas espécies não realizam respiração cloacal.
Palavras-chave: Barreira de troca, Podocnemis, Respiração.
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Efeito do nível do rio sobre capturabilidade de troféus de tucunaré (Cichla temensis) no trecho
do médio Rio Negro, Barcelos Amazonas
Chiara Lubich Cardoso Furtado1; Marcos de Almeida Mereles2; Flávia Kelly Siqueira de Souza3 & Carlos Edwar de
Carvalho Freitas4
1Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), PPG-BADPI, Manaus, AM. Email: lubichchiara@gmail.com (autor
correspondente)
2Universidade Federal do Amazonas (UFAM), PPG-CIPET, Manaus, AM, Email: marcos.mdam@hotmail.com
3Universidade Federal do Amazonas (UFAM), Departamento de Ciências Pesqueiras, Manaus, AM. Email: flakel.souza@gmail.com
4Universidade Federal do Amazonas (UFAM), Departamento de Ciências Pesqueiras, Manaus, AM. Email: freitasc50@gmail.com
A temporada da pesca esportiva na bacia do médio rio Negro ocorre no período na seca, devido facilidade
para capturar grandes exemplares de tucunaré, denominados “troféus”. No entanto, indícios que esses
indivíduos podem ser capturados em períodos de águas altas, dessa forma o presente estudo testou a hipótese:
Não há diferença na capturabilidade e nos tamanhos dos tucunarés pescados entre os períodos de cheia e seca.
Foi realizado monitoramento da pesca esportiva no município de Barcelos, durante doze dias no período da
seca (outubro e dezembro de 2018) e cheia (janeiro e abril de 2019). Foram registrados número de indivíduos
capturado, peso (kg) e comprimento total (cm). Para verificar diferença na abundância (CPUE), peso e
comprimento entre os períodos, foi realizado Teste t. Foram capturados 749 exemplares de tucunaré, sendo
81% correspondente ao período de seca. Na cheia o peso dos exemplares variou de 1,6-10 kg (1,6kg±1,4),
comprimento de 19-90 cm (43,3kg±11,9), enquanto na seca o peso variou entre 0,070-8,5 kg (1,6kg±1,3) e
medindo entre 15-83 cm (43,5kg±10,9). A capturabilidade diária (CPUE) foi maior na seca com 50,75
kg/pescador*dia, evidenciada pelo test t (p=0,024). Não houve diferenças significativas entre as médias de
peso e comprimento nos períodos avaliados (p>0,05). Dessa forma, os resultados sugerem que o nível do rio
afeta na quantidade de tucunaré capturado, porém não influencia no tamanho dos peixes. Sendo assim, a
pesca esportiva pode também ser praticada no período de águas altas, onde os praticantes tem a possibilidade
de capturar grandes exemplares.
Palavras-chave: pesca amadora; pesque-solte; recursos pesqueiros
Apoio: CNPq; FAPEAM
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Evolução do reconhecimento de espécies por pistas sociais e fenotípicas por pleiotropia
Adriely Melo de Souza1,2; Tiago Henrique da Silva Pires2 & Jansen Alfredo Sampaio Zuanon2
1Universidade Federal do Amazonas (UFAM), Laboratório de Ecologia Comportamental e Evolutiva (LECE), Manaus, AM. Email:
adrielymelods@gmail.com
2Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), Laboratório de Ecologia Comportamental e Evolutiva (LECE), Manaus, AM.
Email: thspires@gmail.com
O benefício individual em evitar predação ao se associar a grupos depende do reconhecimento de indivíduos
morfologicamente semelhantes ao indivíduo que se associa ao grupo. Peixes são organismos notórios pela
habilidade de formar cardumes, sugerindo que a capacidade de reconhecimento de indivíduos semelhantes é
comum nesse grupo de organismos. O reconhecimento refinado de coespecíficos pode evoluir de duas
formas: reforço ou por pleiotropia. Reforço requer que haja contato secundário e, portanto, falha em explicar
mecanismos de reconhecimento de coespecíficos em que não contato geográfico entre as espécies irmãs.
Nós estudamos a evolução do reconhecimento de espécie por meio de agregação social entre indivíduos das
espécies dentro de Crenuchus spilurus, que ocorrem alopatricamente e sem contato geográfico. Nós
analisamos a capacidade dos indivíduos de diferentes linhagens em se segregar quando inseridos em um
mesmo ambiente como indicativo da existência de reconhecimento de coespecíficos. Usamos apenas fêmeas
cuja diferença morfológica se restringe aos tamanhos dos olhos. Os indivíduos foram marcados com
elastômeros monitorados por 30 minutos, onde foram medidas as distâncias entre indivíduos de espécies
diferentes e coespecíficos. Nossos resultados mostram agregação de indivíduos da mesma espécie após 25
minutos. Nós concluímos que houve evolução de reconhecimento de espécie por meio de pleiotropia.
Sugerimos que o reconhecimento ocorra por meio de pistas morfológicas, como a diferença entre os
tamanhos dos olhos, e possivelmente por diferenças comportamentais.
Palavras-chave: Agregação social, Comportamento, Linhagem, Crenuchus spilurus.
Apoio: CNPq e FAPEAM.
Tropical Diversity (2019) 1(Suplemento): 2-69.
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Distribución y composición de microalgas en un Gran Lago Tropical Altoandino, Bolivia
Alexander Armando Flores Arzabe1, William Gustavo Lanza2, Viviana Cruz Hernández2, Pamela Alcoreza 2, Erick
Loayza2 & Xavier Lázzaro3
1Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), Coordenação de Biodiversidade, Laboratório de Plâncton, Manaus, AM.
Email: alexandermando@gmail.com (autor correspondente)
2Universidad Mayor de San Andrés (UMSA), Instituto de Ecología, Unidad de Limnología. La Paz, Bolivia.
3Institut de Recherche pour le Développement (IRD), UMR 207 BOREA Biologie des Organismes et Écologie Aquatique, Paris,
Francia.
La información sobre la composición y distribución de microalgas del Lago Titicaca (3809 msnm), tropical
alto-andino, está desactualizada. El 2015, el primer bloom fitoplanctonico (Carteria sp.) reportado en el
Lago Menor del Titicaca, fue originado por un gran aporte de nutrientes. Este evento evidenció el
desconocimiento sobre la dinámica y ecología de las comunidades de fitoplancton y perifiton, competidores
por nutrientes y luz. Así, comparamos la composición y distribución de estas comunidades durante la época
seca del año 2016 en el Lago Menor, donde colectamos simultáneamente muestras de fitoplancton y perifiton
asociado a Totora (Schoenoplectus californicus) en 18 estaciones. Identificamos y estimamos la abundancia
relativa, a partir de la cual, se aplicaron los análisis de similitud (distancia Bray Curtis), de correspondencia
(CA) y diseñamos mapas de distribución. Las comunidades de fitoplancton y perifiton difieren
significativamente (p<0.001) en su composición y formas de vida, a pesar de presentar 67% de similitud. De
hecho, como estrategias para encontrar condiciones óptimas, el fitoplancton migra en la columna de agua,
mientras que el perifíton, está protegido de la radiación UV-PAR intensa por una matriz mucopolisacárida.
En general, el fitoplancton estuvo dominado por algas verdes (Chlorophyta y Charophyta) (59%) y el
perifiton por Bacillariophyta (74%). Ambas comunidades mostraron una prevalencia de cianobacterias en
estaciones influenciadas por contaminación orgánica, además de algunos grupos heterótrofos dentro el
fitoplancton. El estudio permitió alertar y localizar posibles eventos de blooms (proliferación de algas por
exceso de nutrientes y/o reducción de pastoreo de zooplancton), que desequilibran el funcionamiento del
ecosistema.
Palavras-clave: Fitoplancton, Lago Titicaca, Perifiton, Schoenoplectus californicus.
Apoio: Institut de Recherche pour le Developpement, Instituto de Ecología (UMSA), Autoridad Binacional del Lago
Titicaca, Institución Pública Desconcentrada de Pesca y Acuicultura - Ministerio de Desarrollo Rural y Tierras,
Ministerio de Medio Medioambiente y Agua.
Tropical Diversity (2019) 1(Suplemento): 2-69.
ISSN: 2596-2388.
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Seleção de micro-habitat em três espécies de macrófitas por Pomacea amazonica (Reeve, 1856)
(Gastropoda, Ampullariidae)
Gomes, Eline S.1; Costa, Gilvan S.1; Jesus, Taís S.1; Pinto, Kalebe S.2
1Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), Programa de Pós-Graduação em Biologia de Água Doce e Pesca Interior
(PPG-BADPI), Manaus, AM. Email: (ESG) eline.souza.gomes@gmail., (GSC) gilvansc.bio@gmail.com, (TSJ)
taisdejesus.ufpa@gmail.com@gmail.com
2Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), Programa de Pós-Graduação em Ecologia (PPG-ECO), Manaus, AM. Email:
kalebedsp@gmail.com
A seleção de habitat envolve decisões comportamentais inatas e adquiridas por determinados organismos em
diferentes escalas. Assim, o processo de seleção de habitat pode surgir quando organismos adaptados a
diferentes condições passam a exercer uma escolha desproporcional dos recursos inseridos no meio onde
vivem, mesmo que a disponibilidade destes recursos seja proporcionalmente similar. Desta maneira,
organismos exercem uma escolha ativa na procura de habitats que melhor se ajustam à sua história evolutiva.
O estudo avaliou a escolha de habitat realizado por Pomacea amazonica dentre três espécies (que pertencem
a grupos vegetais distintos) de macrófitas típicas de seu ambiente natural na região do Lago Catalão-AM:
Eichhornia crassipes, Pistia stratiotes e Paspalum repens. O primeiro experimento ocorreu em meio natural
e teve como objetivo testar se existe uma escolha de micro-habitat por P. amazonica, utilizando ilhas de
macrófitas. O segundo, realizado em meio artificial, consistiu em verificar a escolha por uma das três
espécies de macrófitas, eliminando o efeito das diferentes áreas entre elas. No primeiro experimento, não
houve diferença na escolha por P. stratiotes e P. repens (p=>0,9837). Porém, P. amazonica apresentou
preferência por E. crassipes em comparação às demais (n=11 ilhas de macrófitas; n=146 indivíduos testados;
p=<0,002). Similarmente, no segundo experimento, houve diferença entre as frequências esperadas e
observadas na escolha entre as três espécies de macrófitas (n=21; X²=17,429; p<0,001). Assim, sugerimos
que as características das macrófitas rejeitadas por P. amazonica podem ser inadequadas à espécie, gerando
comportamento de seleção de micro-habitat com características mais apropriadas, que podem proporcionar
melhor forrageamento, conforto, e/ou abrigo contra predadores.
Palavras-chave: Aruá, Caramujo, Comportamento de Escolha, Eichhornia crassipes.
Apoio: CNPq, CAPES, FAPEAM.
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Papel da Mulher na Ciência
Geraldo Mendes dos Santos
Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), Programa de Pós-Graduação em Biologia de Água Doce e Pesca Interior (PPG-
BADPI), Manaus, AM. Email: gsantos@inpa.gov.br
Historicamente, a mulher tem sido submetida a um cruel processo de submissão em relação ao homem; até
mesmo a estruturação do conhecimento tem sido orientada nesse sentido, mas tudo isso é fruto de ignorância,
intolerância, incompreensão e injustiça. Para reverter essa situação, é preciso levar em conta a história de
algumas mulheres que tiveram um papel de destaque na sociedade e deixaram um legado de inspiração para
as atuais e futuras gerações, dentre elas Marie Curie, polonesa, naturalizada francesa, descobridora do
elemento químico polônio e rádio; primeira mulher a receber um duplo prêmio Nobel (um em Física e outro
em Química) e também primeira mulher admitida como professora na Universidade de Paris e ter seus restos
mortais no Panteão. No Brasil, inúmeros exemplos positivos nesse cenário, tanto em vel pessoal, como
institucional e acadêmico: a sensibilização está aumentando significativamente; quase 30% das universidades
federais o administradas por mulheres e mais da metade dos artigos científicos tem sua participação.
Evidentemente, ainda não uma correta equivalência entre os gêneros, mas isso tende a ser alcançado num
futuro próximo. Para isso, é necessário levar em conta que homens e mulheres devem trabalhar juntos e em
igualdade de deveres, direitos e condições.
Palavras-chave: academia, cidadania, gênero, igualdade.
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A vegetação de áreas úmidas amazônicas frente a impactos antrópicos e de mudanças
climáticas
Maria Teresa Fernandez Piedade1, Jochen Schöngart1, Florian Wittmann2, Sthefanie Gomes1, Aline Lopes1,3
1Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (MAUA/CODAM/INPA), Av. André Araújo, 2.936, Petrópolis, Caixa Postal 478, CEP:
69067-375, Manaus, Amazonas, Brasil
2Department of Wetland Ecology, Institute of Geography and Geoecology, Karlsruhe Institute of Technology, 76131 Karlsruhe,
Germany
3Universidade de Brasília/UnB, Instituto de Ciências Biológicas, Departamento de Ecologia, Brasília/DF, Brasil. CEP: 70.910-900.
As áreas úmidas e alagáveis amazônicas são colonizadas por comunidades de plantas altamente adaptadas à
alternância entre as fases aquáticas e terrestres anuais, decorrentes do pulso de inundação. Alterações dessa
força motriz, seja por eventos naturais ou antrópicos, modificam a zonação de espécies de plantas e alteram
as cadeias alimentares das áreas alagáveis associadas. A relação entre as mudanças climáticas e os eventos de
cheias e secas extremas dos últimos anos na calha dos grandes rios amazônicos ainda não é clara, mas
acredita-se que elas poderão levar a modificações em maior escala dos padrões atuais de distribuição de
organismos. Isto decorre do fato de que, no século XXI, algumas regiões terão um aumento na temperatura
de 1,5 a C, e um concomitante aumento na concentração de CO2 atmosférico. Essa combinação irá
provocar alterações no ciclo hidrológico e aumento na evaporação e transpiração das plantas. Experimentos
em condições controladas de microcosmos, onde as concentrações de CO2 e temperatura podem ser alteradas
simulando os cenários futuros prognosticados, contribuem para o entendimento da fisiologia dessas espécies
e sua resposta às mudanças climáticas. Para espécies de macrófitas aquáticas estudadas, as mudanças
climáticas influenciaram o metabolismo das plantas, especialmente em cenários de temperaturas e CO2 mais
elevados, mas os efeitos conjuntos e interativos ainda não são claros, indicando ser fundamental continuar os
estudos em microcosmos por períodos mais longos em associação a estudos de campo. Isso é especialmente
imperativo, considerando que existem mais de 1.000 espécies arbóreas e 400 espécies de macrófitas
aquáticas nas áreas alagáveis amazônicas, e a resiliência e tolerância são, em geral, espécie específicos e
atuam diferencialmente conforme a fase do desenvolvimento vegetal.
Palavras-chave: microcosmos, elevação da temperatura, elevação de CO2, pulso de inundação, tolerância à inundação
Apoio: INPA, CNPq, CAPES, FAPEAM; INCT ADAPTA, PELD-MAUA, Rede Ripária
Tropical Diversity (2019) 1(Suplemento): 2-69.
ISSN: 2596-2388.
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Pesca na Amazônia; Situação dos Principais Estoques e Estratégias de Manejo
Octavio Ferreira de Matos e Carlos Edwar de Carvalho Freitas
Universidade Federal do Amazonas (UFAM), Programa de Pós-Graduação em Ciências Pesqueiras nos Trópicos, Manaus, AM.
Email: otavio.fmatos@gmail.com
Universidade Federal do Amazonas (UFAM), Departamento de Ciências Pesqueiras, Manaus, AM. Email: cefreitas@ufam.edu.br
A pesca é uma importante atividade econômica e fator determinante para segurança alimentar na maior parte
do planeta. Na região amazônica, esta atividade é a principal fonte de renda de um contingente substancial de
pescadores e o produto desta atividade é a principal fonte de proteína animal para grande parte da população
local. Contudo, práticas irresponsáveis de captura, degradação de habitats, construção de barragens e
poluição de ambientes aquáticos vêm causando o declínio de importantes recursos pesqueiros. Os estoques
pesqueiros de espécies de maior valor comercial apresentam claros sinais de sobre-pesca. O pirarucu,
Arapaima spp., que por anos foi a espécie mais importante para a pesca na Amazônia vem apresentando
declínio na produção desde a década de 1950. O tambaqui, Colossoma macropomum, na década de 1970
representava 40% do total desembarcado em Manaus e ao final dos anos 2000 não chegava a 5%, como
resultado da pesca excessiva nas últimas quatro décadas, inclusive sobre indivíduos jovens, ocasionando
quebras no recrutamento. Curimatã, Prochilodus nigricans, e jaraquis, Semaprochilodus sp., representantes
da família Prochilodontidae que contribuí com a maior parte dos desembarques na bacia, vêm sofrendo com
a intensa pressão de pesca, que resulta em elevada taxa de mortalidade nas regiões do Baixo Amazonas e da
Amazônia Central. Bagres migradores como piramutaba, Brachyplatystoma vaillantii, e dourada,
Brachyplatystoma rousseauxii, são intensamente explotados desde o estuário até a região de cabeceira dos
rios de águas brancas e são impactados pela construção de hidrelétricas. As estratégias de manejo pesqueiro
incluem processos participativos, na forma de acordos de pesca, com amplo envolvimento das pessoas
residentes nas margens de rios e lagos, que vêm apresentando resultados positivos, principalmente na forma
de manejo de sistemas de lagos e voltados à proteção dos estoques de pirarucu Arapaima spp. O desafio para
o manejo da pesca na Amazônia é integrar estratégias que asseguram a conservação de estoques com hábitos
ecológicos diferentes e explotados por usuários dos recursos com diferentes objetivos e perfis, como
pescadores comerciais, esportivos e de subsistência.
Palavras-chave: Estoque pesqueiro, Sobrepesca, Declínio, Sustentabilidade,
Apoio: Universidade Federal do Amazonas (UFAM) e Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior
(CAPES).
Tropical Diversity (2019) 1(Suplemento): 2-69.
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DNA Barcoding: uma simples maneira para identificação de espécimes (e às vezes para a
descoberta de espécies)
Ricardo Koroiva
Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), Coordenação de Biodiversidade, Manaus, AM. Email:
ricardo.koroiva@gmail.com
Com o desenvolvimento da biologia molecular, a busca por fragmentos de DNA contendo informações úteis
à taxonomia resultou em vários estudos que uniram essas grandes áreas do conhecimento. Dentre estes
estudos, Hebert e colaboradores em 2003 publicaram um artigo que sugeriu o uso do gene mitocondrial da
Citocromo Oxidase I (mtCOI, Cox 1 ou COI) como base para a criação de um sistema global de
identificação de espécies, sobretudo para animais. Tal sistema foi proposto como uma ferramenta eficiente
frente à necessidade, cada vez maior, de um método rápido e fácil para identificar espécimes e auxiliar na
descoberta de novas unidades taxonômicas, uma vez que apenas uma fração da biodiversidade foi descrita e
nomeada até o momento. Na última década, esse sistema chamado DNA Barcoding ou Código de Barras de
DNA conquistou a atenção da comunidade científica. A análise da variação da sequência do COI tem se
mostrado altamente eficaz para a delimitação e identificação de espécies animais, tais como artrópodes,
peixes e mamíferos. Recentemente, os bancos de dados genéticos de DNA Barcoding receberam um novo
grau de importância graças aos “sequenciadores de nova geração” (“NGS”). A possibilidade do uso de DNA
extraído diretamente do ambiente (“eDNA”), sem primeiro isolar qualquer organismo alvo, ou através do
sequenciamento de partes de organismos, através do chamado “Bulk DNA” (“metabarcoding”), tem se
mostrado útil para o monitoramento da biodiversidade contemporânea em ecossistemas terrestres e aquáticos.
Considerando a sua capacidade e aplicação, apresento resultados de projetos desenvolvidos em diferentes
regiões brasileiras com o uso do DNA Barcoding. Além disto, alerto para o restrito número de espécies e
espécimes do Brasil com sequencias depositadas em bancos de dados genéticos internacionais e algumas
limitações desta metodologia. Por fim, sensibilizo os pesquisadores para uma efetiva ação visando preencher
essas lacunas de dados moleculares.
Palavras-chave: identificação molecular, fauna, código de barras, Brasil
Apoio: FIXAM-I/FAPEAM (Edital 05/2018; Proc. 062.01503 / 2018)
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O papel hormonal na determinação do sexo em quelônios
Marcela S. Magalhães1,2; Lucas Castanhola Dias2; Amilton Cesar dos Santos3; Antônio Chaves de Assis Neto3; Richard
C. Vogt2; Carlos Eduardo B. de Moura4
1Universidade Federal do Amazonas; 2Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia; 3Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia,
Universidade de São Paulo; 4Universidade Federal Rural do Semi-Árido.
Algumas espécies de quelônios apresentam a determinação sexual dependente da temperatura de incubação,
como por exemplo, Podocnemis expansa, conhecida como tartaruga-da-amazônia. No entanto, além da
temperatura outro fator importante para diferenciação do sexo é a concentração de estrógeno. A enzima
aromatase é a enzima que catalisa irreversivelmente os andrógenos em estrogénos e, portanto, desempenha
um papel central no equilíbrio da produção de hormônios esteroides. Diante do exposto, foi analisado por
imunohistoquímica a aromatase presente em gônadas indiferenciadas, ovário e testículo de embriões de P.
expansa durante o desenvolvimento gonadal. Os embriões foram coletados durante o período reprodutivo de
2014 na praia artificial do Centro de Preservação e Pesquisa de Quelônios Aquáticos, Balbina, Amazonas, e
submetidos ao protocolo de imunohistoquímica para citocromo P450 aromatase (Anticorpo ab18995, Abcam,
Cambridge, MA, EUA). Na gônada indiferenciada foi observada baixa imunoreatividade da aromatase, bem
comono mesonefro. A gônada diferenciada para ovário apresentou epitélio de revestimento e tecido
intersticial fortemente imunocorados, este contornando células germinativas negativas ou com pouca
marcação. No mesonefro, houve forte marcação em algumas células peritubulares e fraca nas células dos
túbulos proximal e distal. Enquanto nos testículos houve forte marcação restrita somente as células
intersticiais entre os túbulos seminíferos. Portanto, ao longo da diferenciação gonadal houve aumento da
expressão de aromatase, tanto no ovário como nos testículos. No entanto, houve variação nos padrões de
localização da imunoreatividade entre testículos e ovários. O mesonefro apresentou aumento da expressão de
aromatase, indicativo de seu papel esteroidogênico durante a diferenciação gonadal.
Palavras-chave: Tartaruga, aromatase, desenvolvimento gonadal
Apoio: Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico CNPq (447066/2014-5).
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Redes Tróficas como Ferramenta Integradora em Ecologia Aquática
Caraballo Pedro; Tamara Manuel; Torres-Bejarano Angélica; Meza Aquiles; Navarro Kiara; Paez Camila
Universidad de Sucre, Sincelejo (Sucre), Colombia
As redes tróficas tem uma longa história e muitas estórias na Ecologia. A mais singular de todas é a do Karl
Semper, pesquisador alemão, que definiu teoricamente, no século XIX o nível de aproveitamento da energia
de um nível trófico para o superior em 10%, coisa que foi confirmada empiricamente na segunda metade
do século XX, quando o uso das redes tróficas permitiu a Rachel Carson definir o efeito do DDT nos
humanos (A Primavera Silenciosa). Porém o mais importante desses trabalhos do início da ecologia aquática,
foi seu poder de ilustração das relações existentes nos ecossistemas em geral, sendo uma ferramenta que
permitiu estabelecer conexões entre as regiões litorânea, pelágica e bentônica, e entre ecossistemas aquáticos
e terrestres. Queremos demostrar que, sem cair nas profundezas matemáticas, as Redes Tróficas podem ser
usadas para estabelecer as relações entre os organismos de um ecossistema aquático. Na ecologia atual, a
procura da natureza estável e determinística, gera no estudo das redes tróficas a procura de características
topológicas universais e como sua estrutura se compara à de outros tipos de redes, o que necessariamente
involucra um forte componente matemático. Apresentamos dois casos, nos quais as redes tróficas permitiram
integrar informações de mais de dez anos em dois ecossistemas aquáticos no Caribe colombiano e com essa
ferramenta achamos muito mais fácil definir os vazios de pesquisa, e evitar cair no fluxo que gera a onda de
cada época. Entre outras coisas, encontramos que Macrobrachium cf. acanthurus (Crustacea: Palaemonidae)
tem um papel muito importante no fluxo de energia desde os produtores primários até os níveis superiores
(d15N de 9) em todos os ecossistemas estudados, porém ainda não temos um estudo específico da sua história
de vida. Nossa conclusão é que cada laboratório que trabalhe consistentemente num ecossistema qualquer,
deve ter uma rede trófica (sempre em construção) que permita visualizar as relações tróficas entre os
componentes bióticos, mesmo estabelecendo relações hipotéticas naqueles casos que ainda não sejam
confirmados empiricamente no lugar.
Palavras-chave: Energia, Fluxo de energia, Nivel trófico.
Apoio: Universidad de Sucre Grupo de Biodiversidad Tropical
Tropical Diversity (2019) 1(Suplemento): 2-69.
ISSN: 2596-2388.
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The Alpha-Helix expeditions to the Amazon
Adalberto Luis Val & Vera Maria Fonseca de Almeida-Val
Laboratory of Ecophysiology and Molecular Evolution, Brazilian National Institute for Research of the Amazon (INPA)
The Alpha-Helix research vessel of the Scripps Institution of Oceanography (USA) was in the Amazon in
two moments that became eternal regarding the physiology and biochemistry of the region's fish. As
emphasized by the coordinators of the second expedition Biochemists and Physiologists who are willing to
take their skills and their laboratories to the organisms in its environment rather than vice versa are, amongst
other things, opportunists. Perhaps because they are away from the security and familiarity of their own
laboratories, they are, or quickly become acutely sensitive to peripheral possibilities, unexpected
opportunities, and novel problems. Or so, at least, it seemed to us on our expedition to the Amazon”. In its
first moment in the region, which took place in 1967, 86 scientists from 12 countries participated, publishing
more than a hundred of exciting scientific articles for Amazonian fish in different journals. The 1967
expedition was attended by renowned scientists who contributed to establishing the foundations of modern
physiology and biochemistry, as Peter Hochachka, Kjell Johansen, Luiz Carlos Junqueira, Claude Lenfant,
Paulo Sawaya, Per Sholander, and Knut Schmidt-Nielsen. A strong connection between INPA and Canadian
researchers began to be shaped from that moment on. Sholander played a very important role in organizing
this expedition. The first studies on the lactate dehydrogenase enzyme of a species of Amazonian fish were
carried out on this 1967 expedition and were published by Hochachka in 1968. These studies have gained
new dimensions on the next Alpha Helix expedition and have been deepened ever since with the advent of
molecular biology in our laboratory, which still maintains strong interaction with colleagues who were part
of Hochachka's group. Alpha-Helix returned to the Amazon in 1976 and the expedition was divided into two
phases. On this return to the Amazon, the ship was moored in Lake Janauacá due to “a great abundance of
fish”. The first phase was coordinated by David Randall and Peter Hochachka with the participation of 33
scientists from seven countries. The findings of this phase were published through 44 articles in a special
volume of the Canadian Journal of Zoology (volume 56) in 1976. Over the following decades, Randall and
Hochachka made a remarkable contribution to receiving Brazilians in their laboratories and contributing to
the consolidation of an important international network for research on physiology and biochemistry of
Amazonian fish. It was at this phase of the expedition that Isaacks, Bartlett, and other collaborators
discovered the presence of inositol pentaphostate (IPP) in the erythrocytes of Arapaima gigas (pirarucu). We
later found that the concentration of IPP increases over the first year of pirarucu's life. The late Grant Bartlett
visited INPA many times and collaborated with our group. The second phase of the 1976 expedition was
coordinated by Austen Riggs and brought together 22 scientists from six countries. This phase was designed
to study the blood and hemoglobins of Amazonian fish. The findings were published through 34 articles in a
special volume of the Comparative Biochemistry and Physiology (volume 62A). Brazilian scientists also
participated in this second phase of the expedition, as Arno Schwantes, Aldo Focesi and Izabel Galdames-
Portus. Over the next decade Schwantes, from Federal University of São Carlos, joined INPA as a
postgraduate program advisor and Galdames returned to a postdoc in our lab and was later hired as professor
with Federal University of Amazonas. Participants of the 1976 expedition who later interacted with INPA
also included William Driedzic, Thomas Fisher, Dennis Powers, Roy Weber, and Christopher Wood. With
Weber, many years later, we published a study on the effect of 2,3DPG on Hoplosternum littorale
hemoglobins. Wood and Driedzic are current members of our research team. Like the first naturalists who
visited the Amazon in the 1800s and the pioneering Carter & Beadle expedition in 1930 to Paraguayan
Chaco, the Alpha Helix expedition of 1967 and 1976 left a fundamental legacy for those who want to study
the physiology and biochemistry of fish of the Amazon.
Palavras-chave: Amazonia, Fish, LDH, Blood, Hemoglobin
Apoio: INCT ADAPTA - CNPq, FAPEAM, CAPES