Colonização de mini-ilhas artificiais por invertebrados marinhos na Praia da
Urca, Rio de Janeiro
Colonization of artificial mini-islands by marine invertebrates at Urca Beach, Rio de Janeiro
Mauro José Cavalcanti1* https://orcid.org/0000-0003-2389-1902
1Ecoinformatics Studio, Caixa Postal 18123, CEP 20720-970 Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
*Email: maurobio@gmail.com
Received: 15, February 2024 / Accepted: 18, March 2024 / Published: 21, March 2024
Resumo O processo de colonização de mini-ilhas
artificiais submersas por invertebrados marinhos na
Praia da Urca, Rio de Janeiro, sudeste do Brasil, foi
acompanhado a partir da teoria da biogeografia
insular e da análise de curvas de colonização e de
relações espécies-área, buscando-se compreender os
efeitos da área e da distância sobre esse processo. As
mini-ilhas consistiam de 4 lajotas de barro de dois
diferentes tamanhos (350 cm2 e 700 cm2) colocadas
duas a duas respectivamente a 2 m e 5 m de
distância da praia e demarcadas por boias. O exame
das mini-ilhas foi feito semanalmente, por um
período de 21 dias, na maré baixa, através de
mergulhos em apneia, registrando-se o número de
espécies presentes a cada observação. Construíram-
se curvas de colonização plotando-se o número de
espécies contra o tempo decorrido. As curvas de
espécie-área foram ajustadas através de regressão
linear, sendo o número de espécies registrado em
cada mini-ilha comparado pelo Índice de
Similaridade Biótica para a curva de potenciação
(ISBp). Polychaeta, Anthozoa e Bryozoa foram os
táxons dominantes ao longo do estudo, em relação à
densidade de indivíduos, sendo Mollusca o táxon
mais diversificado, com 7 espécies presentes. Foram
encontradas 21 espécies de invertebrados marinhos,
pertencentes a sete filos. As curvas de colonização
mostraram uma ligeira tendência à aproximação de
um equilíbrio do número de espécies ao término do
estudo. As ilhas pequenas foram mais similares entre
si do que as ilhas grandes, atribuindo-se tal efeito à
maior área disponíve1 nestas últimas para o
recrutamento de larvas de um maior número de
espécies.
Palavras-Chave: biogeografia insular, invertebrados
bentônicos, modelo do equilíbrio, organismos
incrustantes, relações espécie-área.
Abstract The colonization process of submersed
planar marine islands by marine invertebrates at
Urca Beach, Rio de Janeiro, southeastern Brazil, was
followed through the theory of island biogeography
and the analysis of colonization curves and species-
area relations, seeking to compare the distance and
area effects on that process. The islands consisted of
4 clay plates of two different sizes (350 cm2and 700
cm2), put on the sea-bottom in groups of two at 2 m
and 5 m of the beach, respectively, and marked by
buoys. The islands were examined weekly at low
tide by skin diving, during 21 days, being recorded
the number of species at each observation.
Colonization curves were computed by plotting the
number of species against time, Species-area curves
were fitted by linear regression analysis, being the
number of species recorded at each observation on
each island compared by the Biotic Similarity Index
for the power-curve (ISBp), Polychaeta, Anthozoa,
and Bryozoa were the dominant taxa along the study,
in relation to the number of individuals, being
Mollusca the most diverse taxon, with 7 species
present. Twenty-one species of marine invertebrates
were found, belonging to seven phyla. The
colonization curves showed a slight tendency to
approach an equilibrium number of species by the
end of the study. The small islands were more
similar between them than the large islands, being
such an effect attributed to the larger area available
on those islands to larval recruitment of a greater
number of species.
Keywords: equilibrium mode, fouling organisms, island
biogeography, benthic invertebrates, species-area relation.